quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Carreira mais procurada do Sisu prepara futuros servidores


Revista Veja     -     16/01/2012




Curso de tecnologia em gestão pública, do IFB, teve mais de 12.000 candidatos – para 45 vagas. Parte deles pode estar enganada sobre objetivo da carreira

À frente de carreiras tradicionais como medicina, engenharia e direito, o curso de tecnologia em gestão pública do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) foi o o mais procurado no Sistema de Seleção Unificado (Sisu) encerrado na última sexta-feira. Segundo dados oficiais, 12.221 candidatos se inscreveram para disputar apenas 45 vagas – o que significa uma concorrência de 271 estudantes por vaga. O curioso é que não se trata de um curso de longa tradição, como é comum nos casos dos mais procurados: ele foi criado no segundo semestre de 2012. Para o coordenador do curso, Ailton Bispo, a corrida pela carreira de tecnologia em gestão pública é motivada por outra razão: "Os jovens sonham em ingressar na carreira pública", diz. 


Com três anos de duração, totalizando 2.500 horas de aula, o curso abrange desde disciplinas tradicionais, como fundamentos de administração e sociologia, a disciplinas mais técnicas, como orçamento público, leitura e produção de textos oficiais e licitação e contratos. O currículo possui também várias disciplinas na área de gestão: ambiental, social, de pessoas e de patrimônio. "O estudante aprende a planejar, desenvolver e avaliar políticas públicas", afirma Bispo.


Por se tratar de um curso de ensino superior tecnológico, ele é mais voltado à preparação dos estudantes para o mercado de trabalho, e menos para a área acadêmica. "Ainda que todos os nossos professores sejam pós-graduados, mestres ou doutores, eles continuam exercendo funções públicas e exemplificam as aulas com questões que vivenciam no dia a dia de trabalho", diz o coordenador.


O campo profissional dos formados em gestão pública não se restringe à atuação em órgãos de instituições federais, estaduais e municipais. ONGs e instituições privadas são outros mercados em potencial. Contudo, é mesmo para a área pública que estão voltadas as atenções dos alunos.


O coordenador do curso afirma, contudo, que há certa confusão na cabeça de alguns candidatos e até mesmo alunos do curso. Segundo Bispo, muitos estudantes da primeira turma se decepcionaram ao constatar que o curso não tem como objetivo preparar candidatos para as provas de concursos públicos. Assim, dos 45 calouros de 2012, apenas 14 continuam matriculados na insituição. "Eles tinham a ilusão de que fariam um curso rápido, complementar, mas desistiram diante das exigências. Nosso objetivo não é preparar candidatos para exames, mas formar gestores", diz. 


Não falta, porém, quem procure unir as duas ambições no IFB. É o caso da estudante Paloma Aáker, de 23 anos. Ela conta que sequer conhecia a fundo a grade curricular do curso, mas foi atraída pela possibilidade de trabalhar na área pública. "Busco estabilidade e um bom salário", afirma. Bruna Martins Benevides, de 26 anos, tem objetivo semelhante: "Já me imagino atuando em algum ministério", diz. "Para chegar lá, porém, sei que tenho que estudar muito, pois a concorrência é grande".



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