terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Médicos do Senado podem passar para o SUS


Blog do Josias de Souza     -    26/02/2013




Em visita ao senador Renan Calheiros, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) sugeriu que os médicos que dão expediente no Senado passem a atender à clientela do SUS em estabelecimentos públicos de saúde de Brasília. A transferência seria feita por meio de um convênio com o governo do DF.

A sugestão de Padilha chega uma semana depois de Renan ter anunciado cortes no orçamento do Senado. Ele prometeu passar na lâmina, por exemplo, os gastos com o atendimento ambulatorial aos servidores. Numa empresa privada, o pessoal iria para o olho da rua e os equipamentos seriam postos à venda. No serviço público, a legislação inibe os arroubos.

Funciona no Senado um hospital. Distribuído em 2.500 m², dispõe de equipamentos sofisticados e emprega 137 profissionais de saúde. Entre eles médicos, dentistas, psicólogos e fisioterapeutas. Tudo absolutamente desnecessário, já que senadores, ex-senadores, funcionários e respectivos familiares dispõem de planos de saúde providos pelo Tesouro.

No caso dos senadores –os atuais e os antigos— o Senado cobre integralmente as despesas médicas, inclusive no exterior, sem exigir um mísero centavo de contribuição. Quem vê pergunta: Qual é o sentido de manter no Senado um hospital com capacidade para atender uma cidade de porte médio?. Nenhum sentido, responderia qualquer criança de cinco anos.

Num país em que a política há muito desobrigou-se de fazer sentido, a sugestão de Padilha soa lógica. O problema é que os médicos do Senado, mais bem remunerados que seus colegas do SUS, talvez não recebam bem a ideia de trocar o expediente ameno do Legislativo pela azáfama dos estabelecimentos do SUS.


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