Correio Braziliense
- 15/05/2013
Falha no sistema de informática da Assefaz causa erro na
emissão de boletos do seguro de saúde e deixa beneficiários no prejuízo
Pelo menos 2,89 mil servidores associados à Fundação
Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) receberam a
cobrança do plano de saúde com um valor de mensalidade até 100% mais caro. O
boleto se refere ao mês de maio. Os que optaram por debitar a quantia
automaticamente da conta-corrente tiveram problemas para honrar outros
compromissos. Para evitar transtornos maiores, precisaram recorrer à ajuda de
parentes ou a empréstimos bancários para manter o orçamento familiar em dia.
Lotado na Fazenda há 38 anos, dos quais 30 são de associado
à Assefaz, Emanuel Cordeiro Cavalcanti, 58 anos, se assustou quando conferiu o
extrato bancário. Em vez de cobrar os habituais R$ 646, a operadora havia
debitado R$ 1.148. Além de pagar o plano de saúde, o servidor ainda tinha o
compromisso de cobrir R$ 900 de um cheque que havia dado como pagamento da
compra de um bem. “Corri para o banco e pedi ao meu gerente que sustasse esse
valor”, contou.
Ao entrar em contato com a operadora e relatar o fato, ele
recebeu como resposta que deveria aguardar até que um novo boleto fosse
emitido.
Entretanto, até ontem, não havia recebido o documento para efetuar o pagamento. “É um verdadeiro transtorno. Se não tivesse corrido ao banco, o cheque que dei não teria fundo. Isso é bastante desconfortável. Nunca aconteceu em todos esses anos”, explicou.
Entretanto, até ontem, não havia recebido o documento para efetuar o pagamento. “É um verdadeiro transtorno. Se não tivesse corrido ao banco, o cheque que dei não teria fundo. Isso é bastante desconfortável. Nunca aconteceu em todos esses anos”, explicou.
Situação parecida aconteceu à também servidora da Fazenda
Maria Helena Ribeiro, 55. O boleto chegou com um valor de R$ 2,8 mil, em vez de
R$ 2,1 mil. Para não ficar no vermelho, ela precisou recorrer a um parente, que
lhe emprestou a diferença. Maria Helena contou que após registrar uma
reclamação na operadora precisou procurar um conselheiro da fundação para que o
problema fosse resolvido. “Disseram-me que eu receberia a resposta do
atendimento por e-mail, mas nada aconteceu.”
Somente ontem, após muita insistência, ela foi reembolsada.
“Não tive um prejuízo maior, mas sei de colegas que passaram mal porque têm um
orçamento apertado. É uma situação bem desconfortável”, comentou ela, que é
associada à Assefaz há mais de 30 anos.
A servidora da Fazenda Cláudia Regina dos Santos, 57, pagou
R$ 2.380, valor R$ 1.080 maior que o usual. Assim como outros colegas, foi até
a operadora registrar uma reclamação e solicitar um novo boleto corrigido.
Segundo ela, a demanda foi encaminhada ao setor de cobrança, mas até agora não
recebeu nenhum retorno da fundação. “Fui ao banco e fiz o bloqueio do valor. O
que aconteceu é muito chato e me deixou nervosa. Nós precisamos do plano de
saúde, e é sempre um susto”, completou.
Rombo
O transtorno ocorrido pela cobrança indevida feita aos
beneficiários se acumula ao momento econômico conturbado pelo qual a operadora
passa.
Em abril passado, o Correio revelou que a Assefaz fechou 2012 com um rombo preocupante no caixa: um deficit de R$ 37,2 milhões. O último prejuízo da entidade dos servidores da Fazenda, de R$ 15,2 milhões, havia sido registrado em 2008.
Em abril passado, o Correio revelou que a Assefaz fechou 2012 com um rombo preocupante no caixa: um deficit de R$ 37,2 milhões. O último prejuízo da entidade dos servidores da Fazenda, de R$ 15,2 milhões, havia sido registrado em 2008.
Procurada pela reportagem, a Assefaz admitiu o envio de
cobranças com valores errados aos associados. A fundação explicou que, após a
mudança do sistema de gestão empresarial, feita em 1º de abril, foram
registradas inconsistências na transferência de dados da plataforma antiga para
o novo programa. Entretanto, ressaltou que o problema afetou 3% dos 96,3 mil
beneficiários.
O plano de saúde também afirmou que, quando identificou o
problema, as “medidas necessárias para corrigir as inconsistências foram postas
em curso”. Explicou ainda que os valores incorretamente cobrados foram
devolvidos no prazo de dois a cinco dias úteis. A Assefaz esclareceu que os beneficiários
que tiverem problemas podem entrar em contato pelo endereço eletrônico
cadastrocobranca@assefaz.org.br.
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