BSPF - 25/05/2013
RIO - A administração pública continua pagando os melhores
salários. Por isso, o salário médio de Brasília é o maior do País, com R$
3.417,68, segundo dados de 2011 do Cadastro Central de Empresas (Cempre),
divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O dado surpreendente é do Amapá, que se mantém como quarto
no ranking: o salário médio do Estado ficou em R$ 2.053,86, também por causa do
funcionalismo público.
Na média do Brasil, o salário do setor público em 2011 foi
de R$ 2.478,21, ante R$ 1.592,19 em entidades empresariais e R$ 1.691,09 em
entidades sem fins lucrativos. A média salarial de 2011 ficou em R$ 1.792,61.
Segundo o IBGE, o Brasil tem 5,129 milhões de empresas e outras organizações
formais. Desse total, 89,9% são empresas ("entidades empresariais"),
9,7% são entidades sem fins lucrativos e apenas 0,4% são da administração
pública.
Segundo Denise Guichard Freire, gerente de análise do
Cempre, embora o número de entidades da administração pública seja pequeno, as
organizações são grandes, ocupam muita mão de obra e pagam melhores salários.
"Apesar do predomínio das empresas, elas ainda pagam salários mais
baixos."
Nos casos de Brasília e do Amapá, a remuneração dos
funcionários públicos puxa a média salarial para cima porque a administração
pública responde por grande parte dos empregos. "O Norte e Nordeste são as
regiões que normalmente têm a administração pública como principal atividade
empregadora", afirmou Kátia Medeiros de Carvalho, técnica do Cempre.
Ainda assim, o salário médio do funcionário público do Amapá
chama a atenção. Em Brasília, capital federal e onde estão os mais bem pagos
servidores federais, o salário médio da administração pública é de R$ 5.877,68
pelos valores de 2011. A segunda maior média é do Amapá, com R$ 3.102,11. Em
São Paulo a média foi de R$ 2.557,88. No Rio, de R$ 2.884,42.
Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), destaca que o
setor público sempre pagou mais. Mas isso pode criar dificuldade num cenário de
baixo desemprego e falta de profissionais qualificados. "É ruim para o
setor privado, porque concorre de forma desleal com o setor público."