Henrique Moraes
O DIA - 21/11/2013
Instituições e sindicatos de trabalhadores dos setores público
e privado usam o material como ferramenta para motivar denúncias e ajudar a
combater casos
Rio - Casos de assédios moral e sexual no ambiente de
trabalho têm sido cada vez mais divulgados e debatidos por instituições e
sindicatos dos setores público e privado. Cartilhas são usadas como ferramentas
de esclarecimento contra as práticas que afetam os trabalhadores. Nelas, as
vítimas passam a conhecer os diversos tipos assédios, as doenças provocadas e
como elas podem se prevenir. O material informativo também tem incentivado as
pessoas a denunciar as situações constrangedoras que passaram.
Andrea Lino Lopes, diretora da Coordenadoria Nacional de
Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no
Trabalho (Coordigualdade) do Ministério Público do Trabalho (MPT), que nos
últimos dois anos produziu duas publicações sobre o tema, conta que o objetivo
é inibir a prática de assédio. “O ideal é que a cartilha chegue ao local de
trabalho que ainda não esteja ‘contaminado’. É muito mais fácil prevenir do que
reprimir”, avalia.
SITUAÇÕES HUMILHANTES
A diretora da coordenadoria informa que o assédio moral
caracteriza-se pela exposição do trabalhador a situações humilhantes e
constrangedoras, geralmente repetitivas e prolongadas. “Há casos que as vítimas
desenvolvem doenças gástricas, síndromes do pânico e, em situações mais extremas,
levam a pessoa a cometer até suicídio”, aponta.
Diretora do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior (Andes), Maria Suely Soares diz que o material ajuda a
pessoa a identificar quando está sendo assediada. “Há casos em que só depois de
ler a cartilha o trabalhador se vê na condição de vítima”, afirma a diretora.
“É importante saber que cobrar resultado de quem não tem condições suficientes
de trabalho é assédio moral”, avalia a sindicalista.
Coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação
da Universidade Federal Fluminense (Sintuff), Pedro Rosa conta que a entidade
começou a receber denúncias após um seminário, em setembro, e o lançamento de
uma revista sobre o assunto. “Nosso ideal é mapear e quantificar os casos. O
debate sobre o tema na UFF vem encorajando as vítimas a denunciarem”, explica.
“A nossa publicação aborda os aspectos sociais, psicológicos e jurídicos”,
assegura a secretária geral do Sindicato dos Servidores Civis do Ministério da
Defesa do Rio (Sinfa-RJ), Arlene Carvalho.
Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter
Acompanhe o noticiário de Servidor público pelo Twitter