Vera Batista
Correio Braziliense
- 19/11/2013
Sindicalistas acusam Executivo de transformar as discussões
sobre reajuste salarial e reestruturação de carreiras em moeda de troca para
campanha eleitoral
O Ministério do Planejamento (Mpog) concorda que existem
reestruturações necessárias, mas afirmou que as mudanças só ocorrerão no
próximo govemo. Segundo nota da assessoria de imprensa da pasta, algumas
reuniões são adiadas, "porque necessitam de detalhamento para uma resposta
qualificada. Mas o que foi dito e escrito não será desfeito".
"Está tudo parado, o governo não desenvolve. Tudo leva
a crer que os secretários de Relações do Trabalho do Mpog serão colocados nos
GTs para travar as negociações", acusou Josemilton Costa, secretário-geral
da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que
representa 80% do pessoal do Executivo. Para ele, usar reajuste de salário e
reestruturação de carreira como moedas de troca eleitoral é uma estratégia
perigosa. "O efeito será contrário. Vai criar uma revolta ainda maior em
um público formador de opinião".
Os policiais federais se dizem uma das maiores vítimas das
armadilhas do govemo. "O Executivo continua impondo os 15,8% de reajuste.
E não trata como deveria nosso principal pleito. Queremos nossas atribuições em
lei e não por meio de portaria do Planejamento, como é hoje. Há uma série de
irregularidades, inclusive a exigência de nível superior como critério de
ingresso na corporação enquanto, no papel, a carreira continua como de nível
médio", reclamou Jones Leal, presidente da Federação Nacional dos
Policiais Federais (Fenapef).
Rudinei Marques, presidente do Sindicato Nacional dos
Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon), também está descontente.
Ele contou que as carreiras do Tesouro e da CGU estão defasadas. "Nada
acontece. O ministro Jorge Hage bem que tenta. Mas ele perdeu a força política
em razão de uma briga com a ministra Miriam Belchior (do Planejamento). Tudo o
que ele pede ou defende ela faz com má vontade. A CGU sequer tem dinheiro para
pagar o aluguel", denunciou Marques.
Daro Piffer, presidente do Sindicato Nacional dos
Funcionários do Banco Central (Sinal), disse que "o governo se esconde
atrás das carreiras que não aceitaram o reajuste salarial, em 2012, de 15,8%.
Só quer discutir outros pontos, como o fosso salarial de 40% entre técnicos e
analistas, depois de resolver essa questão, reforçou Piffer.
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