Djalma Oliveira
Jornal Extra
- 26/01/2014
O Ministério da Saúde vai implantar, até março, o sistema de
verificação de presença por meio de impressões digitais para os funcionários
dos nove hospitais institutos federais do Rio. Contestada pelos sindicatos da
categoria, a medida valerá para os hospitais do Andaraí, de Bonsucesso, da
Lagoa, de Ipanema e dos Servidores do Estado, além do Cardoso Fontes. Será
implantada também para os institutos nacionais do Câncer (Inca), de
Traumato-ortopedia (Into) e de Cardiologia (INC). Pelo menos 11 mil servidores
passarão a bater o ponto pelo novo sistema.
A ideia inicial é que a biometria, como o método é
conhecido, comece a funcionar em fevereiro, em fase de testes. Nesse período, a
novidade seria adotada sem que a verificação atual, por meio da folha de ponto,
fosse abandonada. A data limite de março, segundo o ministério, foi determinada
pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que fez auditorias nas unidades em
2013.
Há 42 anos trabalhando no Hospital Geral de Bonsucesso
(HGB), o cardiologista Mauro Edson Gonçalves dos Santos, de 68, faz críticas à
adoção da biometria para controlar a presença nos hospitais federais.
Segundo ele, os aparelhos deveriam emitir um comprovante, para o trabalhador ter uma prova de que bateu o ponto, algo que as máquinas já instaladas no HGB não o têm.
Segundo ele, os aparelhos deveriam emitir um comprovante, para o trabalhador ter uma prova de que bateu o ponto, algo que as máquinas já instaladas no HGB não o têm.
Para Mauro Edson, o empregador tem o direito de controlar o
ponto.
— Mas o simples fato de a pessoa botar o dedo no leitor não
significa que ela vá trabalhar. Para resolver esse problema, é preciso ter
chefias mais presentes, que acompanhem o trabalho dos servidores — afirma ele.
Na última sexta-feira, houve uma reunião entre o Ministério
da Saúde e os sindicatos de servidores do setor para discutir o novo ponto. A
reunião, porém, terminou sem acordo entre as partes.
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Previdência Social e
Trabalho (Sindsprev) entrou com uma ação na Justiça pedindo para que as
máquinas de verificação das digitais passem pela análise de um perito.
— Nem mesmo o Inmetro certificou os equipamentos — diz Julio
Cesar Tavares, diretor do Sindsprev.
Presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze lembra que,
pela natureza do trabalho, o pessoal da Saúde teria dificuldades para bater o
ponto pelo novo sistema.
— Se o médico estiver numa cirurgia e passar do horário
dele, o que é comum, ele interrompe para bater o ponto? — questionou.
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