Alessandra Horto
O Dia - 14/03/2014
O aumento de 9,9% de contratação de funcionários em cargos
comissionados de 2012 para 2013, nas administrações públicas, divulgado pelo
IBGE, revela um drama sofrido nas repartições de todo o país
Rio - O aumento de 9,9% de contratação de funcionários em
cargos comissionados de 2012 para 2013, nas administrações públicas, divulgado
ontem pelo IBGE, revela um drama sofrido nas repartições de todo o país. Os que
atuam em cargo de indicação política são os maiores responsáveis pelo afastamento
de servidores estatutários, segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores
no Serviço Público Federal).
O secretário-geral da entidade, Josemilton Costa, aponta que
assédio moral e perseguição são comuns nas repartições estaduais e na
administração pública como um todo. Ele é categórico ao dizer que os
“comissionados não têm comprometimento com a coisa pública e são os principais
responsáveis pelo afastamento por doença ou até mesmo pela demissão dos
servidores perseguidos”.
Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, em relação a 2012, o
total de servidores caiu 0,3%. Destaque para as quedas de 17,1% entre os
regidos pela CLT e de 1,7% entre os estatutários. “Os governos estão
substituindo servidor por indicados políticos. E estes funcionários acabam sendo
responsáveis por instaurar inquéritos administrativos e disciplinares nos
servidores. O que tem aumentado problemas de saúde, psicológico e de
convivência nas repartições”, diz Costa.
MAIS COBIÇADOS
Para Josemilton Costa, cargos em ministérios, secretarias e
autarquias são os mais cobiçados e onde se destinam mais verbas para
comissionados: “Se observa um loteamento das principais funções exercidas e há
pressão de partidos para preenchimentos dessas vagas”.
ATENDIMENTO
Outro problema apontado pela Condsef é a queda da qualidade
do serviço prestado ao cidadão por quem ocupa cargo em comissão: “Eles vêm da
iniciativa privada e não sabem lidar com o dia a dia de uma repartição pública
e acabam comprometendo a execução das atividades”.