Agência Brasil
- 07/08/2014
Os servidores do Poder Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU)
entraram em greve por tempo indeterminado.
Os trabalhadores procuraram representantes do Supremo Tribunal Federal
(STF) e da Presidência da República para negociar um reajuste de salário, com
base na reposição inflacionária.
No Supremo, além de fazerem uma manifestação em frente à
Corte, representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do
Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus) reuniram-se com o
diretor-geral do STF, Amarildo Vieira de Oliveira. Eles pediram que a proposta
de aumento seja encaminhada pelo Supremo à Presidência até o dia 15 para compor
o Orçamento da União para 2015.
Enquanto seus representantes eram recebidos no STF, os
servidores atravessaram a Praça dos Três Poderes e fecharam a avenida em frente
ao Palácio do Planalto por cerca de 30 minutos. O objetivo, segundo eles, era
pressionar a presidenta Dilma Rousseff para que não retire a previsão de
reajuste do Orçamento de 2015. Em uma negociação para que os manifestantes
desbloqueassem a rua, a Secretaria-Geral da Presidência informou que eles
seriam recebidos por um representante ainda nesta quinta.
De acordo com Fagner Azeredo, coordenador do Sindicado dos
Trabalhadores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul, os servidores vêm
sofrendo uma defasagem em relação à inflação nos últimos oito anos que já
ultrapassa 41%. “Nos últimos anos, 2010, 2011 e 2012, o Poder Executivo cortou
o orçamento do Judiciário justamente na parte que toca o reajuste dos
servidores do Judiciário Federal”.
Azeredo informou que os servidores de Brasília já entraram
em greve nessa quarta-feira (6), mas a paralisação nacional do Judiciário Federal
está marcada para o dia 14. “Se não tiver negociação salarial, não vai ter
eleição. A Justiça Eleitoral vai parar junto conosco, vai estar nesta briga
para conseguir uma valorização salarial para todos os servidores do
judiciário”, ameaçou.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário
Federal e do Ministério Público, 19 sindicatos confirmaram presença no ato.
A Polícia Militar do Distrito Federal informou que cerca de
400 pessoas bloquearam a via de acesso ao Planalto. Segundo Azeredo, mais de
mil servidores participaram do protesto na Praça.