Agência Brasil
- 30/09/2014
A Polícia Federal no Pará desarticulou hoje (30) uma fraude
no pagamento de incentivos a servidores da Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA). O esquema pode ter provocado um rombo de R$ 4 milhões nos
últimos cinco anos. De acordo com o delegado Ivan Lauzid, responsável pelo
inquérito, dados da folha de pagamento da universidade eram manipulados, de
forma a conceder “incentivo à qualificação de mestrado” a pessoas que não
faziam jus ao pagamento.
“Servidores com ensino médio e até fundamental, ou seja, sem
o ensino superior, recebiam incentivos para mestrandos e doutorandos”, informou
o delegado à Agência Brasil. Segundo ele, a PF estima que, ao menos, 344
servidores podem ter recebido benefícios indevidamente. Eles responderão
criminalmente por peculato, enquanto os responsáveis pela manipulação vão
responder pelo crime de inserção de dados falsos em sistemas de informação.
Eles também poderão ser enquadrados no crime de associação criminosa.
Iniciada pela manhã, a operação Stricto Sensu cumpriu 14
mandados de condução coercitiva e três de busca e apreensão em Belém. A ação
contou com 57 policiais federais e oito auditores da Controladoria–Geral da
União (CGU). Durante a operação, foi levantada a ficha cadastral dos
servidores. "Esse levantamento facilitará a identificação de quem recebeu
o benefício ilegalmente", explicou Lauzid.
Conforme o delegado, o salário dos beneficiados poderia ser
aumentando em até 52% para mestrandos e em mais de 70% para doutorandos. De
acordo com a PF, a fraude foi detectada, no fim de agosto, por servidores da
própria Ufra. Eles desconfiaram do número excessivo de pessoas que se
beneficiavam do "incentivo à qualificação de mestrado".