BSPF - 23/10/2014
Os movimentos reivindicatórios de salários, de ganhos
inflacionários e de reposição do quadro de pessoal, principalmente dos
servidores públicos, tendem a crescer em 2015, seja qual for o presidente
eleito, no entender do analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de
documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Ele assinalou que o principal motivo dos futuros protestos serão os reflexos da
queda significativa da bancada sindical do Congresso.
O número de parlamentares que defendem as causas dos
trabalhadores caiu de 83 para 47, entre todos os partidos representados. “O
Congresso ficou mais conservador. A partir do ano que vem, vários ajustes serão
feitos. Muitos não deverão agradar os trabalhadores. O enfraquecimento na
representação causará uma lacuna preocupante. Com isso, a previsão é de que os
atos de protestos se intensifiquem”, destacou Queiroz. Segundo ele, entre as
mudanças previstas - que deverão incomodar - estão a queda na quantidade de
concursos públicos e a redução do número de cargos comissionados.
As greves e protestos recrudesceram desde 2012, quando o
funcionalismo se viu diante da possibilidade de não receber sequer um centavo
de aumento. Pressionado, o governo concedeu os 15,8%, em três parcelas. A
última delas entrará nos contracheques em janeiro de 2015. Depois, tudo
dependerá de novas negociações. Muitas categorias ainda estão penduradas no
acordo de 2012. Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal
fizeram ontem um dia de paralisação, contra uma medida assinada pelo governo que
dava totais poderes apenas aos delegados da PF e pela reestruturação da
carreira.
Os servidores Poder Judiciário e do MPU fazem hoje(22) um
dia nacional de paralisação, de 24 horas, com ato a partir das 14 horas, na
Praça dos Três Poderes. O objetivo é pressionar o presidente do STF e do
procurador-geral da República a cobrarem do Executivo o respeito à autonomia do
Judiciário e a reversão dos cortes orçamentários que prejudicam os salários dos
funcionários.
Advogados e procuradores da Fazenda e do Banco Central farão
seu dia nacional de paralisação em 5 de novembro, na tentativa de sanar
dificuldades estruturais e defasagem remuneratória, além de reivindicarem
autonomia e honorários de sucumbência. E outros atos de insatisfação começam a
surgir.
Com informações do Correio Braziliense