Vera Batista
Correio Braziliense
- 26/02/2015
Manifestação em frente ao Ministério do Planejamento marca
início da campanha salarial de 2015. Reajuste de 27,3% é a principal
reivindicação numa pauta que inclui ainda fixação de data-base em 1º de maio
Os Servidores Públicos federais iniciaram, ontem, a campanha
salarial unificada de 2015, com uma manifestação de cerca de 200 pessoas em
frente à sede do Ministério do Planejamento (MPOG), no Bloco K da Esplanada.
Eles protocolaram a pauta de reivindicações e tentaram pressionar o ministro
Nelson Barbosa a receber imediatamente as lideranças dos trabalhadores. Mas o
titular da pasta não atendeu ao pedido.
Os sindicalistas foram informados de que ele não estava no prédio. Embora o ato estivesse marcado desde o fim de janeiro pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores, órgão que reúne 33 representações sindicais, somente na última segunda-feira o Planejamento agendou - para 20 de março - uma reunião para discutir as propostas dos funcionários. Assessores do ministro recomendaram que os manifestantes procurassem o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, cujo gabinete fica do outro lado da Esplanada. Eles insistiram que só falam com Barbosa.
Os sindicalistas foram informados de que ele não estava no prédio. Embora o ato estivesse marcado desde o fim de janeiro pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores, órgão que reúne 33 representações sindicais, somente na última segunda-feira o Planejamento agendou - para 20 de março - uma reunião para discutir as propostas dos funcionários. Assessores do ministro recomendaram que os manifestantes procurassem o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, cujo gabinete fica do outro lado da Esplanada. Eles insistiram que só falam com Barbosa.
A principal reivindicação do funcionalismo é reajuste
salarial de 27,3%, que representa a reposição da inflação desde 2010. O
percentual foi calculado a partir da variação estimada do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto de 2010 a julho de 2016, em torno
de 44%, descontando-se os 15,8%, em três parcelas (2013, 2014, 2015) concedidos
em 2012, mais ganho real de 2%.
"As primeiras medidas do novo governo foram de
restrição de despesas. A campanha salarial unificada é uma forma de indicar que
não vamos aceitar que o servidor pague a conta, muito menos a repetição do que
aconteceu em 2012, quando o Executivo retirou um índice da cartola", disse
Rudinei Marques, presidente da União das Carreiras de Estado (UCE).
Os servidores querem também definição da data-base em 1° de
maio; paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas; incorporação
de gratificações produtivistas; isonomia de benefícios; e revogação das Medidas
Provisórias 664 e 665, que apertaram as regras de acesso a benefícios como
abono salarial, seguro-desemprego e auxílio-doença.
Lamentações
Na próxima terça-feira, as representações sindicais vão
tentar, mais uma vez, antecipar o encontro com o ministro. A atitude de Nelson
Barbosa de marcar reunião somente para março foi interpretada como um recurso
para esvaziar o movimento.
Os servidores se recusam a negociar com o secretário Sérgio
Mendonça, alegando que ele não tem poder de decisão. "Queremos falar
diretamente com o ministro. A SRT é um mero setor burocrático para a gente
chorar as mágoas. É um muro de lamentações. Não participaremos mais de nenhuma
mesa de enrolação", afirmou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).