Agência Brasil
- 30/03/2015
Os técnicos do Banco Central (BC) iniciaram hoje (30)
paralisação de uma semana para reivindicar o cumprimento de acordos de
reestruturação de carreira. No edifício-sede do BC, em Brasília, os
funcionários sentaram-se em cadeiras de plástico na entrada principal e tocaram
cornetas. O grupo pretende fazer uma manifestação na cerimônia de comemoração
dos 50 anos da instituição, às 11h. Eles devem ficar de costas durante a fala
do presidente do banco, Alexandre Tombini.
De acordo com o presidente nacional do Sindicato Nacional
dos Técnicos do Banco Central (Sintbacen), Igor Nóbrega Oliveira, a
manifestação será pacífica e silenciosa. Os servidores usam uma camiseta com a
inscrição “Comemorar o quê?!”. A cerimônia de celebração do cinquentenário será
fechada à imprensa.
Segundo o Sintbacen, há adesão ao movimento nas nove
capitais onde a instituição tem sedes: em Belém, Fortaleza, Salvador, no
Recife, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Curitiba e Porto
Alegre, variando de 50% a 100% dependendo da localidade. Em Brasília, a
paralisação tem a adesão de 80% a 90%, segundo o sindicato. Os servidores pedem
o cumprimento de acordos de 2005, 2008 e 2012. Eles exigem a modernização da
carreira de especialista, que abrange os cargos de analista e técnico.
De acordo com os servidores, os técnicos exercem atividades
complexas. Por isso, eles querem a exigência de nível superior para o cargo.
“Há mais de 15 anos a gente já faz atividades de nível superior”, afirma
Alexandre Augusto Galvão da Silva, representante do Sintbacen em Curitiba. Os
técnicos também pedem a criação de mais postos, alegando que há um
desequilíbrio de quantitativo em relação aos analistas. Segundo o Sintbacen,
existem 3.863 analistas e 539 técnicos em atividade.
A paralisação dura até o feriado de sexta-feira (3). Segundo
o sindicato, alguns técnicos trabalham em esquema de plantão. Por isso, a
interrupção das atividades deve afetar atividades internas na data. Na
quinta-feira (2), está prevista uma assembleia para decidir os rumos do movimento.
Procurada, a assessoria de comunicação do Banco Central disse que não se
manifestará sobre a paralisação dos técnicos.