Alexandro Martello
G1 - 27/05/2015
'Estamos trabalhando para desindexar a economia', diz Nelson
Barbosa.
Ele também falou sobre concursados da Anvisa e do Banco
Central.
Brasília - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão,
Nelson Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (27) que a política do governo
federal não é proporcionar reajuste de salário para os servidores públicos
indexado à variação da inflação. As conversas com representantes de mais de 40
categorias de servidores públicos começaram em março.
"Estamos trabalhando para desindexar a economia.
Queremos fazer uma proposta [para os servidores públicos] até o fim de junho e
fechar acordo até o fim de julho para colocar no orçamento", declarou o
ministro durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do
Congresso Nacional. A proposta de orçamento de 2016 tem de ser enviada ao
Congresso em agosto.
O último aumento anunciado pelo governo federal para a maior
parte das categorias de servidores públicos foi em 2012, com vigência entre
2013 e 2015. O percentual foi de 15,8% a sete carreiras do funcionalismo
público do Executivo federal, parcelado em três parcelas, até 2015. Mais de 1,6
milhão de servidores foram contemplados com este reajuste.
Em março, o Unacon Sindical, falando em nome do Fórum de
Servidores, que reúne 32 categorias, abrangendo 90% dos servidores federais,
pediu um aumento de 27,3% para o ano de 2016 - percentual relativo à variação
do IPCA (inflação oficial do país) acumulado de julho de 2010 a agosto de 2016,
acrescidos de 2% de ganho real e descontados os 15,8% concedidos em 2012. Em
março, Nelson Barbosa já havia informado que não seria possível atender atender
a essa proposta dos servidores.
Concursos no Banco Central e na Anvisa
Questionado por parlamentares sobre os concursados do Banco
Central e da Anvisa, o ministro do Planejamento afirmou, no Congresso Nacional,
que eles começarão a ser chamados, até o fim de junho, mas "não no montante
todo que tinha sido inicialmente colocado". Ele não deu mais detalhes
sobre o assunto.
"Tem uma verba no orçamento para chamar concursados.
Tem um valor excedente para o governo poder chamar acima do que foi colocado.
As pessoas que já prestaram concursos e não foram chamados. O BC está nesta
lista e a Anvisa também", disse Barbosa.