Alessandra Horto e Hélio Almeida
O DIA - 25/05/2015
Os docentes das instituições de ensino e universidades
federais vão entrar em greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira.
A decisão foi tomada em plenária nacional do Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), após não avançar a negociação
da entidade com o Ministério da Educação.
Segundo o coordenador da Fasubra, Edson Lima, a pauta
específica da categoria é extensa. “Pedimos reposição inflacionária de 27,03%.
São as perdas acumuladas desde 2011.” Na última paralisação, um dos itens do
acordo era a manutenção da mesa de negociação com o Ministério da Educação, mas
isso não teria ocorrido, segundo a Fasubra. O coordenador conta que alguns
restaurantes de universidades federais no Rio de Janeiro não estão funcionando:
“As condições de trabalho estão precárias. Setores importantes das
universidades, como pesquisa e laboratórios, estão degradados”.
A vice-presidente do Andes-SN, Marinalva Oliveira, explica
que a entidade sindical procurou junto ao governo reuniões que pudessem ter até
mesmo evitado a greve dos docentes. Mas que as tentativas acabaram frustradas
ou sem resultados concretos que pudessem oferecer garantias para os professores
federais.
Na última sexta-feira, o Andes-SN conseguiu uma reunião com
o Ministério da Educação. Segundo os dirigentes, a pasta não soube informar
qual será o impacto nas universidades e institutos federais do corte de R$ 9,42
bilhões no orçamento do ministério em 2015.
O ministro em exercício, Luiz Cláudio Costa, teria dito que
o anúncio da greve provocou um desconforto no Ministério da Educação porque,
segundo ele, um novo governo acaba de assumir e não deve se considerar a falta
de negociação.
Os dirigentes rebateram o argumento do ministro interino
informando que a interpretação da base do Andes-SN nos estados, expressa nas
assembleias, não é a mesma: “A categoria espera a resposta do Ministério da
Educação há mais de um ano, e a negociação foi rompida unilateralmente pelo
governo, sem nenhuma justificativa”, descreveu o sindicato em nota.
A secretária-geral do Andes-SN, Cláudia March, avaliou a
reunião com o governo. “Apesar de termos aguardado um ano e um mês, tivemos
poucos elementos concretos na reunião do que vão nos apresentar enquanto
contraproposta. Houve apenas um comprometimento de estudo da pauta e uma agenda
que só virá em junho, sem data prevista”