Estado de Minas
- 30/06/2015
Brasília - Depois de intensa articulação política do
Ministério do Planejamento e das lideranças políticas do governo, o Executivo
conseguiu adiar a votação do projeto que concede reajuste aos servidores do
Poder Judiciário. O projeto, que prevê um aumento médio de 59,49% para os
servidores e pode gerar um impacto de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo só
neste ano, estava na pauta desta terça-feira, 30, do Senado Federal. A proposta
faz parte da chamada "pauta bomba" do Congresso Nacional que ameaça o
ajuste fiscal do governo.
O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou
que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, conversou com os presidentes do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do Supremo Tribunal Federal, Ricardo
Lewandowski, e acertaram o adiamento da votação para buscar o diálogo em torno
de uma proposta de consenso. Barbosa está nos Estados Unidos na visita oficial
da presidente Dilma Rousseff, mas fez ligações para Brasília. As conversas
envolveram o líder do governo no Congresso, Delcídio Amaral (PT-MS), e o ministro
interino do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Na quinta-feira, 25, Barbosa levou ao presidente do Supremo
a proposta de reajuste dos servidores do Executivo. O governo propôs um
reajuste de 21,3%, dividido em parcelas de 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,8% em
2018 e 4,5% em 2019. O reajuste foi proposto com base na inflação esperada para
os próximos quatro anos, mantendo o poder de compra do trabalhador.
Já o projeto de reajuste salarial para os servidores do
Judiciário, que passou pela Câmara sem alarde e está pronto para ser apreciado
pelo plenário do Senado, prevê um aumento médio de 59,49% para os servidores do
Judiciário, escalonados entre julho de 2015 e dezembro de 2017. Pela proposta,
o aumento vai variar de 53% a 78,56%, em função da classe e do padrão do
servidor.
Neste momento, um grupo de servidores do Poder Judiciário
faz um "buzinaço" para pressionar os senadores para a aprovação do
reajuste para a categoria.
(Agência Estado)