Agência Brasil
- 29/06/2015
Servidores da Justiça federal fizeram passeata na tarde de
hoje (29), no centro do Rio de Janeiro. Em greve desde o último dia 10, eles
reivindicam a reposição de perdas salariais dos últimos nove anos, e querem que
o Congresso aprove o Projeto de Lei Complementar 28 (PLC 28/15), que tramita desde
2009. A matéria está prevista para ir à votação amanhã (30), no Senado.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário
Federal no Rio de Janeiro (Sisejufe), Valter Nogueira, disse que o movimento
"atinge todos os estados da Federação. A categoria deflagrou uma greve
nacional para derrotar a intransigência em relação à recuperação das perdas
salariais dos últimos nove anos. Nosso último plano de cargos e salários, que
recompôs nossa remuneração, foi em 2006”, sustentou Valter.
O líder sindical explicou que a última proposta apresentada
pelo governo, na semana passada, ficou abaixo das expectativas do funcionalismo
da Justiça federal. Segundo ele, “a categoria rejeitou e não considerou como
proposta, porque sequer recupera as perdas dos últimos anos. As perdas atingem
50,43%, e os 21% [apresentados], parcelados para o futuro, não resolvem nossa
vida”. De acordo com o sindicato, nos últimos nove anos, foram dados 15,8% de
reajuste, contra inflação acumulada de quase 70%.
Os servidores do Judiciário saíram da Igreja da Candelária,
seguiram pela Avenida Rio Branco, que ficou parcialmente interditada, e ao
final fizeram uma assembleia de avaliação do movimento, que rejeitou a proposta
apresentada pelo governo.
O presidente do sindicato disse que uma das propostas
apresentadas pelos trabalhadores admite o parcelamento da reposição a partir de
janeiro de 2016 – para não impactar no esforço fiscal do governo este ano – até
meados de 2018. Ou seja: com recomposição salarial em dois anos e meio, em vez
de quatro anos como sugere o governo. Segundo o sindicalista, são 8 mil
servidores ativos da Justiça federal no Rio e 120 mil em todo o país, entre
ativos, pensionistas e aposentados.