Alessandra Horto e Hélio Almeida
O Dia - 24/07/2015
A ampliação em R$ 8,6 bilhões do contingenciamento de
despesas do governo federal, anunciada quarta-feira pela equipe econômica,
aumentou o temor de um agravamento da crise nas repartições públicas federais
neste segundo semestre. Segundo o Ministério do Planejamento, a revisão vai
atingir todos os ministérios, de forma não linear. No próximo dia 30, será
publicado um decreto de programação orçamentária que vai trazer todos os cortes
por pasta. Ao todo, o contingenciamento deste ano já soma R$ 79,4 bilhões.
O tesoureiro do Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Amauri Fragoso, acredita que além
de prejudicar pesquisas, funcionamentos de laboratórios e abertura de novos
concursos, um novo corte pode fazer com que muitas universidades não retomem as
aulas em agosto: “Os cortes na Educação já foram intensos e muitas universidades
já não terão condições de começar o segundo semestre, mesmo sem ter aderido à
greve”.
Para o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo, a
“fatura da conta está chegando para os servidores e o novo contingenciamento
vai tornar o nosso processo de negociação mais difícil. Já está tudo
contaminado e o discurso de que não há dinheiro vai aumentar ainda mais”.