A Gazeta - 14/07/2015
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou ontem
que o reajuste entre 53% e 78% para servidores do Judiciário, aprovado no
Congresso no fim do mês passado, é incompatível com a situação fiscal do país.
"A presidente já se manifestou sobre isso. Da forma que está colocado, o
reajuste não é compatível com a estabilidade fiscal", disse. Segundo
Barbosa, o governo já vinha trabalhando com negociações para chegar a um acordo
que gerasse menor impacto ao orçamento, como reajustes plurianuais.
"Estamos conversando com o Judiciário para definir cenários alternativos,
16%, 17%, 18%, 19%.
O Judiciário precisa construir proposta que seja compatível
com o ajuste e que seja justo socialmente. Não é adequado propor 70%",
acrescentou o ministro do Planejamento. Juntamente às negociações com o
Judiciário, o governo prepara uma proposta para o reajuste dos servidores do
Executivo. "Estamos seguindo um cronograma para enviara o Congresso uma
proposta de reajuste para o Executivo até o fim de agosto."
Durante viagem à Itália, no último fim de semana, Dilma
comentou a inviabilidade para a concessão desse reajuste. "Estamos
avaliando, porque é impossível o Brasil sustentar um reajuste daquelas
proporções", afirmou a presidente na ocasião. Na terça-feira passada, a
presidente Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Ricardo Lewandowski, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
tiveram um encontro num hotel fora do Brasil e fora das agendas oficiais dos
três. Foi na escalado voo da presidente em Portugal.
ENCONTRO
Conforme reportagem do G1, eles falaram sobre o reajuste no
salário dos servidores do judiciário aprovado pelo Congresso. Informação negada
tanto pelo ministro da Justiça quanto pelo presidente do Supremo. Lewandowski
teria pedido para que a presidente não vetasse o reajuste. A oposição disse que
esses encontros são estranhos. E pede que Cardozo dê esclarecimentos quando for
à CPI da Petrobras, falar sobre as investigações da Lava Jato.