Agência Brasil
- 22/07/2015
Servidores públicos federais fizeram hoje (22) uma marcha na
Esplanada dos Ministérios reivindicando reajuste salarial maior que o proposto
pelo governo. Com faixas, bandeiras e carro de som, os manifestantes desceram a
Esplanada dos Ministérios e chegaram ao Palácio do Planalto.
A Marcha a Brasília reuniu servidores de diversos estados e
também categorias em greve como os servidores da Previdência Social,
professores universitários e integrantes dos quadros técnico-administrativos
das instituições federais de ensino superior. A estimativa da organização da
marcha é que 5 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar calculou em
1,6 mil o número de participantes.
Os servidores querem reajuste salarial de 27,3% e a proposta
do governo é 21,3% parcelados em quatro anos. Em reunião na última
segunda-feira (20), o Ministério do Planejamento propôs também reajustes para o
auxílio-creche, auxílio alimentação e para o plano de saúde suplementar.
Na avaliação do secretário-geral do Sindicato dos Servidores
Públicos Federais do Distrito Federal, Otho Pereira, não é viável aceitar a
proposta de reajuste para quatro anos. “O índice é baixo e é inaceitável o
prazo de quatro anos. Faríamos um acordo de, no máximo, dois anos. Não sabemos
qual será o índice inflacionário do futuro”, disse. Sem avanços que agradem os
servidores federais, a categoria pretende intensificar a mobilização e ampliar
o alcance da greve a partir da próxima semana. “A expectativa é que, a partir
de segunda, diversos outros setores comecem greve: a ideia é fazer como em
2012, uma greve generalizada”.
O representante do Central Sindical e Popular (CSP) Paulo
Barela reconhece a importância do reajuste nos benefícios, mas considera que os
valores ainda são insuficientes diante da inflação acumulada no período em que
não houve reajuste. Ele defende ainda que os valores dos benefícios sejam
equiparados aos do Judiciário, que são maiores. Barela também fala em aumento
da mobilização dos servidores. “Algumas categorias estavam na expectativa da
reunião da última segunda-feira mas, diante da reposta insatisfatória do
governo, vamos ampliar o movimento”, disse.
Os servidores ficaram concentrados em frente ao Palácio do
Planalto com a intenção de serem recebidos pelo ministro da Secretaria-geral da
Presidência, Miguel Rossetto. A secretaria informou que o ministro não cumpre
agenda no Planalto esta semana. Após a parada no Planalto, a marcha foi
retomada e os participantes tomaram a direção da Esplanada dos Ministérios.
Ao longo desta e das próximas semanas, o secretário de
Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio
Mendonça, reúne-se com representantes de categoria do funcionalismo público em
greve. Entre os servidores do Executivo, estão em greve os do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), os professores universitários, os servidores
técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior, os dos
institutos federais e os da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).