BSPF - 20/08/2015
O conjunto de servidores públicos federais continua
mobilizado em prol de melhorias nas propostas apresentadas pelo governo para as
revindicações da Campanha Salarial da categoria. Uma série de assembleias e
atos políticos ocorreram ao longo dessa quarta-feira (19) com o intuito de
agilizar as negociações e pressionar o governo a melhorar a proposta de
reajuste salarial, que deve ser apresentada na próxima sexta-feira (21).
Inicialmente, a proposta conjunta das entidades que
representam os federais contemplava avanço econômico de 27,3% para o ano de
2016. A primeira contraproposta do governo, que foi sustentada durante
exaustivas mesas de negociação reajustava o salário dos servidores em apenas
em 21,3% divididos pelos próximos quatro
anos. O tema ainda configura o principal impasse nas negociações.
Recurso contra corte de ponto
Em greve há mais de dois meses, os servidores do INSS correm
o risco de ter o ponto do mês de julho cortado. Com o intuito de proteger os
trabalhadores do corte e garantir o recebimento do salário de milhares de
trabalhadores, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social –
CNTSS entrou com recurso na justiça alegando ilegalidade no corte do salário
dos servidores, tendo em vista que o processo de negociação ainda está aberto.
“Nossa greve é legal, temos pleno direito de nos manifestar
e esperamos que o governo atenda às nossas justas revindicações”, completa o
dirigente CUTista e secretário do Sindprev, o sindicato que representa a
categoria no DF, José Adriano Brito .
Os servidores do INSS realizam vigília nessa quarta-feira
(19) em frente ao Ministério do Planejamento. “Estamos aguardando que o governo
chame a nossa categoria para negociar a qualquer momento”, explica o dirigente.
Mobilização contínua
Os servidores do executivo federal, vinculados ao Sindsep,
realizaram assembleia no espaço do Servidor às 12h30 dessa quarta-feira (19).
Como o governo ainda não apresentou formalmente a proposta de reajuste, os
trabalhadores marcaram nova assembleia para a próxima quarta-feira (26), onde
os novos índices de reajuste serão avaliados pela base.
“A possibilidade de greve não está afastada, nós só não
iniciamos o movimento paredista em Brasília porque o governo está negociando e
até o presente momento não há razões para cortar o diálogo”, afirma o
presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais – Sindsep, Óton
Pereira Neves.
Os servidores do Ministério do Trabalho e Emprego- MTE
conseguiram que a pasta pautasse novamente o Plano Específico de Reestruturação
de Carreiras, encaminhado ao Ministério do Planejamento- MPOG em 2009 e que,
entre outros pontos, aborda equiparação salarial, concessão de gratificações e
melhorias nas condições de trabalho.
Um ofício redigido pela Condsef – Confederação que representa
os servidores federais nacionalmente – foi enviado ao MPOG cobrando nova
proposta do governo e os servidores aguardam resposta.
Universidades e Judiciário
Trabalhadores do Judiciário também se mobilizam e realizam
atos políticos em Brasília para pressionar o Congresso Nacional a pautar e
rejeitar o veto do governo federal ao PLC 28/2015, que estabelecia a reposição
das perdas salariais acumuladas ao longo de quase uma década. Para isso, os servidores estão realizando uma
série de paralisações em todo país, que denominam “apagão do Judiciário. ”
Sem avanço, os técnicos administrativos da UnB continuam em
greve. Alguns setores funcionam com o horário reduzido. Como a Universidade se
encontra no início de mais um período letivo, os servidores sofreram assédio da
parte da reitoria e de alguns professores, que tentaram persuadir os
trabalhadores a interromper o movimento paredista.
Amparados pelo sindicato que representa a categoria – o
Sintfub, os funcionários denunciaram a prática ao Conselho Universitário e se
reuniram com os professores pedindo apoio.
“Desde a reunião, não houveram mais casos registrados de
assédio. Também distribuímos um panfleto
para conscientizar a comunidade acadêmica e mostrar os motivos que nos
levaram a cruzar os braços. Com o governo, porém, até agora não conseguimos
nenhum avanço na pauta específica”, sintetiza o presidente do Sintfub, Mauro
Mendes.
Fonte: CUT Brasília