Alessandra Horto e Hélio Almeida
O Dia - 05/08/2015
Os servidores do Executivo e do Judiciário federais em greve
iniciaram conversas para discutir propostas alternativas de reajuste. No caso
da Justiça, o pessoal pede aumento médio de 56%, mas a possibilidade de 40% é
cogitada e precisa ser detalhada. Já o funcionalismo do Executivo que
reivindica 27,3% fez contraproposta de 19,7% em única parcela para 2016. São
tentativas de conseguir negociar com o governo, que oferece 21,3%, em quatro
anos, para os dois segmentos do serviço público.
Integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do
Ministério do Planejamento se reuniram na segunda-feira para discutir a nova
proposta para os funcionários, que em seguida seria levada a diretores de
tribunais superiores. Segundo nota da pasta e do STF, as conversas continuam,
mas ainda não há decisão final. Coordenador da Fenajufe, Roberto Ponciano diz
que a proposta precisa ser analisada. “Ela ainda não foi apresentada, surgiu em
grupo de discussão, mas pode ser algo em cima desse percentual (40%)”, afirmou.
Vice-presidente do Andes-SN, Marinalva Oliveira disse que o
estudo da contraproposta (19,7%) mantém a defesa do acordo anual e de reposição
das perdas inflacionárias do último período. “O estudo trata da mesa geral de negociação
e será avaliado antes de ser apresentado”, explicou.
A defesa dos novos percentuais para contraproposta feita
pelos sindicatos dos servidores federais ganha força hoje e amanhã em Brasília.
Um ato pretende pressionar a União para abrir a negociação. O encontro também
vai tentar dialogar com parlamentares para derrubar o veto da presidenta Dilma
ao projeto que estabelecia reajuste do Judiciário.
O governo tem até 21 de agosto para enviar ao Congresso os
projetos de lei decorrentes dos acordos. Na última reunião, o secretário de
Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que
o prazo poderá ser adiado em uma “situação limite”. O último acordo, firmado em
2012, concedeu 15,8% em três anos para as duas categorias.