Agência Brasil
- 04/08/2015
Servidores de mais cinco hospitais federais do Rio de
Janeiro entraram em greve nesta semana. A medida levou ao cancelamento de
serviços ambulatoriais e procedimentos de baixa emergência, de acordo com o
Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do
Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ).
A greve começou no dia 7 de julho com os servidores do
Hospital Cardoso Fontes em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Aderiram ao
movimento as unidades do Andaraí, Bonsucesso, de Ipanema, da Lagoa, além do
Hospital Federal dos Servidores do Estado. Aprovaram ainda paralisação
profissionais de saúde dos institutos nacionais de Traumatologia e Ortopedia
(Into) e de Cardiologia (INC).
As reivindicações são reajuste salarial de 27%, incorporação
da Gratificação de Desempenho da Previdência da Saúde e do Trabalho,
equiparação da tabela salarial do Instituto Nacional do Seguro Social, defesa
do duplo vínculo, garantia da jornada de 30 horas para todos os servidores do
Ministério da Saúde, concurso, inclusão dos médicos na carreira e fim das
privatizações.
O diretor de Imprensa do Sindsprev-Rj, Sebastião José de
Souza, explicou que a greve dos hospitais federais não ocorre apenas devido à
reivindicação salarial, mas também para denunciar a falta da qualidade de
trabalho existente nos hospitais. Sebastião explicou que, por enquanto, somente
foi aprovado pelo governo o duplo vínculo, que consiste no direito de o
funcionário de ter uma matrícula federal e outra estadual, além do reajuste
salarial de 21%, oferecido pelo Ministério da Saúde, mas a categoria rejeitou.
Souza informou que apenas 30% das cirurgias estão sendo
realizadas, entre elas, as de urgência, como nos casos de pacientes com câncer.
As áreas que estão sendo mais afetadas, segundo ele, são os ambulatórios e as
cirurgias eletivas (agendadas). A marcação de consultas pode demorar de três a
quatro meses.
Amanhã (5), está prevista uma reunião do sindicato com o
governo federal em Brasília para apresentar as propostas da greve. Já na manhã
de quinta-feira (6), os grevistas farão um ato em frente ao Núcleo Estadual do
Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.
O Ministério da Saúde informou por nota que mantém diálogo
permanente com os sindicatos que representam os servidores no estado do Rio de
Janeiro. “As mobilizações ocorridas nos seis hospitais federais do Rio de
Janeiro [Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do
Estado] não estão impedindo a entrada de servidores, funcionários e pacientes.”
Devido à adesão de equipes de enfermagem, houve redução na
quantidade de cirurgias diárias no Into, segundo o ministério. “Estão sendo
priorizadas as cirurgias consideradas de emergência, além de áreas que exigem
maior agilidade, como a de tumor, trauma e pediatria. Os demais serviços
essenciais de assistência à saúde do instituto estão funcionando dentro da
capacidade”, diz a nota.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o INC está
funcionando normalmente e todos os pacientes estão sendo atendidos.