quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Servidores do Judiciário pressionam Congresso


Celia Perrone
Correio Braziliense     -     26/08/2015




Funcionários não aceitam contraproposta do governo para reajustar salários em 23%. Eles querem derrubar o veto de Dilma que impede aumento de 59% à categoria

Cerca de 5 mil trabalhadores do Poder Judiciário fizeram manifestação na tarde de ontem em frente ao Congresso para pressionar os parlamentares a derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de lei que concede aumento salarial de até 78% para os servidores - em média, os reajustes seriam de 59%. Depois de vetar a proposta, o governo ofereceu à categoria proposta de correção de 23,2%, a ser implementada em oito parcelas, de janeiro de 2016 a julho de 2019.

Para os representantes dos servidores, a contraproposta não pode ser aceita. "Esse projeto não recompõe a perda salarial passada, e muito menos vai compensar a inflação futura", reclamou Saulo Arcangeli, coordenador executivo da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Púbico da União (Fenajufe), que contabiliza 70 dias de greve da categoria, formada por 120 mil servidores em todo o país. De acordo com a entidade, hoje, os técnicos em início de carreira ganham cerca de R$ 5 mil, e, no fim, chegam a receber R$ 8 mil. Um analista começa com salário de R$ 8 mil e atinge o máximo de R$ 12 mil.

Entre os manifestantes, o clima de insatisfação era grande. Eles alegavam que os salários do Judiciário perderam 40% do valor real nos últimos nove anos. Além disso, os servidores reclamavam dos aumentos que ministros e juízes se autoconcederam nos últimos meses -  23% em dezembro do ano passado e 18% em janeiro deste ano - e do que vão receber em janeiro de 2016, de 16%. em termos acumulados, são reajustes superiores aos propostas para os funcionários, e que virão num prazo bem mais curto. Além disso, a Lei da Magistratura garante aos juízes e ministros dos tribunais benefícios como auxílio-moradia de R$ 4 mil mensais, auxílio-creche sem limite de idade, auxílio pós-graduação e gratificação por produtividade, entre outros.


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