Agência Brasil
- 09/10/2015
Os professores em greve das Instituições Federais de Ensino
(IFE) aprovaram a saída unificada da greve nacional entre 13 e 16 de outubro,
segundo comunicado divulgado hoje (9) pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).
Os professores estão em greve desde o dia 28 de maio.
Segundo o sindicato, a greve, que já ultrapassou os 131
dias, é a mais longa da história das instituições. A decisão pelo fim da greve
foi aprovada por ampla maioria dos professores durante as assembleias nas bases
entre 6 e 8 de outubro. De acordo com balanço da entidade, a paralisação
atingia a 33 instituições federais, entre universidades e institutos federais.
Apesar de aprovar o fim da paralisação, os professores
decidiram pela rejeição da proposta da Secretaria de Relações de Trabalho do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de restruturação das tabelas
salariais com o índice de reajuste de 10,8%, parcelado em dois anos: 5,5% em
agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017.
"Embora não tenhamos chegado a um acordo com o governo,
as negociações continuam", diz o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo.
"Para que a gente pudesse reverter a intransigência do governo teríamos
que estar com um movimento mais forte, com outros setores mobilizados, só a
greve dos professores não faria [o governo] recuar".
As aulas serão retomadas nas instituições em datas
diferentes, no período de 13 a 16 deste mês e, de acordo com Rizzo, o tempo
parado será reposto. "No nosso entendimento, a greve foi necessária porque
estávamos em um contexto de corte no Orçamento com o governo sem apresentar
nenhuma proposta aos servidores. Houve ao longo da greve avanços. O governo
recuou, por exemplo no reajuste definido para quatro anos e propôs agora em
dois", diz.
Esta semana, os trabalhadores técnico-administrativos, que
entraram em greve junto com os docentes, também encerraram a greve. O Comando
Nacional de Greve da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores
Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil
(Fasubra) em reunião na tarde de terça-feira (6) com representantes do governo
federal, oficializou termo de acordo referente às negociações feitas no período
de greve. Também foi assinado o Termo de Acordo de reposição de trabalho.
Para a federação, de acordo com publicação na página da
entidade, o termo de acordo ainda está aquém do que poderia ser feito em
reconhecimento aos trabalhadores técnico-administrativos, mas é o resultado da
luta e intervenção da categoria.