Blog do Servidor
- 10/08/2016
Trabalhadores com mais de 50 anos deverão esperar um tempo
adicional de até 50% para se aposentar se for aprovada a proposta de reforma da
Previdência que o governo pretende encaminhar ao Congresso. A informação foi
divulgada ontem pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, por meio das redes
sociais. Braço direito do presidente interino, Michel Temer, os recados de
Padilha espelham as reais intenções do Planalto sobre temas diversos.
“O pedágio será acrescentar sobre o tempo que falta para a
aposentadoria 40% ou 50% (do tempo), ao vigorar a nova lei”, escreveu ontem o
ministro às 8h. O pedágio ao qual ele se referiu é a regra de transição que vai
ser aplicada a quem está na ativa e tem mais de 50 anos.
Esse trabalhador não teria que esperar até os 65 anos, a
idade mínima que será exigida para se aposentar, mas também não poderá parar de
trabalhar de acordo com as regras atuais. A ideia é que ele espere um pouco
mais. Se faltarem cinco anos para a aposentadoria no momento em que as mudanças
entrarem em vigor, por exemplo, ele teria que trabalhar mais dois anos e meio
para começar a receber o benefício.
Rombo
Pelos cálculos do governo, do jeito que está a Previdência
não se sustenta. O rombo do sistema só aumenta:
no ano passado, chegou a R$ 85 bilhões no INSS e R$ 70 bilhões no
serviço público e este ano deve atingir R$ 220 bilhões nos dois regimes. O
projeto de reforma prevê regras iguais para trabalhadores da iniciativa privada
e do serviço público, com exceção dos militares. A idade mínima deve ficar em
65 anos para mas mulheres. Mas não está definido se professores e policiais
manterão o direito de se aposentar depois de 25 anos de trabalho. A pressão
para que esse regime especial continue valendo é grande. O assunto ainda está
sendo discutido pelos técnicos do governo.
Por Celia Perrone