Correio Braziliense
- 01/02/2017
Informe contesta "soluções simplistas, genéricas ou que
contenham apenas o viés contabilista"
Os militares elevaram o tom quanto a possíveis alterações no
sistema de aposentadoria. Diante da chance de as Forças Armadas serem
incluindas nas regras gerais da reforma da Previdência, o Centro de Comunicação
Social do Exército publicou ontem um informe interno que contesta as
"soluções simplistas, genéricas ou que contenham apenas o viés
contabilista".
O documento diz que medidas desse tipo não podem ser
aplicadas à atividade militar. O documento afirma que o Governo Federal se
comprometeu com as Forças Armadas, "afiançando reconhecer as
peculiaridades da carreira militar e tratando-as de maneira diferenciada".
O texto destaca ainda que grupos de trabalho, integrados por
militares das três Forças, têm realizado estudos técnicos para mudar o sistema
de aposentadoria dos militares, com reestruturação de carreira e a remuneração
do pessoal. “Destaca-se que o militar recebe salário médio muito menor que
outras profissões de Estado, dedica-se exclusivamente à carreira e não possui
os direitos assegurados a qualquer trabalhador, como, por exemplo, direito de
greve, remuneração por horas extras, FGTS etc”, elenca o informe.
O documento destaca que as "soluções simplistas",
se aproadas, causarão “danos irreversíveis aos alicerces que fundamentam o
comportamento e o estado de permanente prontidão das Forças Armadas”.
(Leonardo Cavalcanti /, Hamilton Ferrari - Especial para o
Correio)