Jornal Extra
- 26/04/2017
Brasília - O presidente Michel Temer decidiu que cortará o
salário dos servidores que participarem da greve geral convocada para esta
sexta-feira. A decisão foi tomada em reunião com os ministros, na segunda-feira
, de onde saiu o anúncio de que os detentores de mandatos seriam exonerados
para votar a reforma da Previdência na Câmara. Segundo relatos dos presentes, a
ideia ventilada foi reforçada pelo ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, e
em seguida por Temer, que endossou a decisão.
A ideia do presidente é manter ao máximo o tom de
normalidade no dia da greve. Ele ficará em Brasília e trabalhará normalmente. O
governo avalia que a mobilização não sairá das capitais e espera que não seja
transmitida a imagem de "grande greve nacional". Haverá um forte
esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios, que ficará fechada, e que
vai incluir revista de bolsas. A segurança ficará a cargo da Secretaria de
Segurança Pública do Distrito Federal.
Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF)
validou o corte de ponto de servidores que aderissem a paralisações. Há um
decreto que permite o corte de ponto de servidores que aderirem a greves, mas
isso nunca ocorreu nos governos petistas de Lula e Dilma.
PROTOCOLO VALE A PARTIR DE SEXTA
O governo de Brasília assinará nesta quinta-feira um novo
protocolo para a segurança em protestos na área central da cidade. O primeiro
dia em vigor será justamente na sexta-feira, dia com promessa de greve geral e
manifestações.
Nesta quarta-feira, mais de 40 pessoas participaram de uma
reunião no Palácio do Planalto para que fosse apresentado o texto final desse
protocolo. O objetivo é definir responsabilidades, condutas e horários para lidar
com manifestações. Na Esplanada de Brasília, há cerca de 50 órgãos, locais e
federais.
A Esplanada dos Ministérios pode ter, no intervalo de poucos
metros, uma área de atribuição das Forças Armadas, Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência, Polícia Legislativa, Polícia Civil ou Polícia
Militar, por exemplo.
Na Copa do Mundo e na Olimpíada do Rio — que tiveram jogos
de futebol na capital federal —, protocolos específicos foram assinados, mas
tiveram duração atrelada aos eventos. Agora, a intenção é fixar um texto.
(Leticia Fernandes e Eduardo Barretto - O Globo)