BSPF - 06/05/2017
Em entrevista a uma rede de TV, na noite dessa quinta-feira
(4) o presidente Michel Temer disse que até o fim deste mês "podemos
apresentar reforma para militares"
São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou na
noite dessa quinta-feira (4) em entrevista à RedeTV! que o governo enviará até
o final de maio, "provavelmente", uma proposta de reforma da
Previdência para os militares. A definição foi feita em reunião com o ministro
da Defesa, Raul Jungmann, na terça-feira (2), afirmou.
Na entrevista gravada na terça, antes da reforma da
Previdência na comissão especial da Câmara, e veiculada na noite desta
quinta-feira, o presidente afirmou que fará o possível para aprovar a proposta
que está na Casa, mas que estará obediente às decisões da Câmara e do Senado.
Ele disse ainda que o governo colocou "um pouco de açúcar" no texto
ao fazer ajustes, mas que o remédio precisaria ser amargo e sem açúcar.
"Remédio amargo é aquele que cura, para o fígado, o
estômago. Chá de boldo, e não botar açúcar. Até estamos dando um pouco de
açúcar", disse o peemedebista, ao falar da proposta.
Para que o texto seja aprovado, o presidente afirmou que o
Planalto vai intensificar o trabalho de falar ao povo "a verdade"
sobre a reforma e assim convencer os deputados até aprovarem o texto. "Se
o povo fica convencido, facilita o voto do deputado. É um trabalho que vamos
fazer a partir de agora", disse. O presidente evitou falar quantos votos o
governo tem dos 308 necessários para aprovar o texto no plenário da Câmara, mas
destacou que "até hoje, não perdemos uma votação."
Ele disse que as pessoas se negam a acreditar que a reforma
do governo "está muito adequada". E ainda apontou que quem está
fazendo campanhas contra a proposta é quem ganha mais. "Se não for feita,
uma reforma da Previdência será inevitável em quatro ou cindo anos",
afirmou.
Ele destacou as concessões feitas, como para trabalhadores
rurais e mulheres - estas tiveram a idade mínima reduzida de 65 para 62 anos.
"Foram ajustamentos que não são levados a conhecimento público, as pessoas
se negam a achar que, enfim, a reforma está muito adequada", declarou
Temer.
O presidente disse ainda que levantamentos feitos entre deputados
e a sociedade sobre a reforma da Previdência não estão acompanhados da pergunta
correta. "Se você me perguntar: você é a favor ou contra a reforma da
Previdência? Eu vou dizer: Sou contra", disse Temer, para quem a pergunta
deveria ser no sentido de mostrar o resultado de uma eventual frustração na
reformulação da Previdência. "Se for feita amanhã e não houver nada, não
vai ter 10% de investimento [no orçamento]. Se vier depois de amanhã, não vai
ter como pagar aposentadorias e salários", disse Temer. O presidente falou
ainda que há uma imagem que ele veio para destruir a Previdência.
Comentando a oposição de alguns membros da Igreja Católica
contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, Temer disse
que as informações não chegaram aos bispos corretamente. Ele disse que já
acertou com a Confederação Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB) a elaboração
de um documento esclarecendo a reforma para ser enviado aos bispos e ao Papa
Francisco. (Daniel Weterman - daniel.weterman@estadao.com)
Fonte: Estado de Minas (Agência Estado)