BSPF - 27/06/2017
Uma mensagem encaminhada por um embaixador a uma ministra do
Itamaraty está provocando polêmica. No e-mail, ele pede a colega de trabalho
que indique “algum escravo” para resolver uma pendência dentro do órgão. O tema
seria as bolsas que o Ministério de Relações Exteriores (MRE) oferece a
estudantes estrangeiros.
O diplomata enviou a mensagem, repassada a terceiros, que se
indignaram. Dentro do Itamaraty, o que se diz é que o “escravo” seria um
oficial de chancelaria. Na verdade, uma oficial de chancelaria que trabalha com
a ministra a quem o embaixador recorreu. Ela teria ficado muito abalada com o
tratamento desrespeitoso.
A sensação, entre os funcionários do ministério, é de que os
diplomatas “vivem, pensam e agem como se vivessem em tempos de Casa Grande e
Senzala”. Muitos oficiais de chancelaria acusam as chefias de tratamento desrespeitoso.
Os oficiais de chancelaria dizem que eles foram os
primeiros, dentro do Itamaraty, a serem selecionados com a exigência de curso
superior. A carreira de diplomata só passou a exigir tal formação a partir de
1994.
Guerra entre carreiras
A guerra entre as carreiras no Ministério das Relações
Exterior é antiga. Constantemente, o órgão é obrigado a abrir processos
administrativos para averiguar se as denúncias de assédio moral procedem. A
maioria dos processos, porém, não vai adiante.
Há um grupo dentro do Itamaraty disposto a levar a frente um
processo contra o embaixador que tratou um subalterno como “escravo”.
Inclusive, o sindicato que reúne a categoria já foi acionado para se
manifestar. O Blog ainda não conseguiu contato com a entidade.
Os defensores do embaixador dizem que foi uma bobagem, que,
em nenhum momento, ele quis ofender ninguém. Os aliados do embaixador dizem
ainda que ele e a destinatária da mensagem são muito amigos, por isso, costumam
usar uma linguagem bem coloquial nas trocas de e-mails.
Fonte: Blog do Vicente