Radioagência Nacional
- 25/07/2017
Há 20 anos o servidor aposentado Sebastião Araújo aderiu ao
primeiro Programa de Demissão Voluntária (PDV) da Caixa Econômica Federal.
Insatisfeito com o trabalho, ele diz que não se arrepende.
Mas a proposta de PDV, que deve ser divulgada ainda nesta
semana pelo governo, não repercutiu bem entre sindicalistas e representantes
dos servidores públicos federais.
O Distrito Federal concentra o maior número de servidores
públicos do país. São 129 mil. Aqui, o Sindicato dos Servidores Públicos
Federais (Sindsep) fará uma campanha contra o PDV.
O secretário-geral do sindicato, Oton Pereira Neves, diz que
o programa pode afastar os bons profissionais do serviço público.
“Quem aderir, porque tem, deve ter uma outra renda, ou
aqueles que acham que vão conseguir alguma coisa no mercado de trabalho.
Certamente os mais qualificados. Com isso, o Estado vai perder mão de obra
extremamente qualificada”, afirma Oton Pereira Neves.
A proposta do governo para reduzir os gastos com o serviço
público também prevê a redução de jornada, com consequente diminuição dos
salários. Oton Neves diz que a medida vai precarizar o serviço público.
“O povo brasileiro tá precisando de mais servidor público.
Trabalhar em sua carga horária integral. Não pode ser um programa de Estado,
programa de governo, esse tipo de incentivo, vai precarizar a condição de
atender o povo. Primeiro com demissões, depois com redução da carga horária.”
O Programa de Demissão Voluntária do Governo Federal será
detalhado em uma Medida Provisória.
(Graziele Bezerra)