Ponto do Servidor - Freddy Charlson |
Jornal de Brasília - 12/07/2010 |
Os servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União decidiram pela manutenção do movimento grevista. "Estamos dispostos a mantê-lo até que as nossas reivindicações sejam atendidas. O nosso objetivo não é prejudicar a população, mas batalhar por condições dignas de trabalho e de salário, o que, como consequência, garantirá a melhoria do serviço prestado à população", diz a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe).
REVISÃO DE PLANOS DE CARGOS E SALÁRIOS
Em greve há dois meses, esse grupo reivindica, de forma legítima, a revisão de seus salários, por meio da aprovação dos PLs 6.613/09 e 6.697/09, em tramitação desde o ano passado na Câmara dos Deputados. Além da reestruturação dos planos de cargos e salários, a categoria quer também a diminuição da disparidade em relação a outras carreiras que exercem função semelhante e também a derrubada definitiva do Projeto de Lei Complementar que congela os salários do funcionalismo público pelos próximos dez anos (PLP 549/09). Além disso, a Fenajufe esclarece que as informações publicadas recentemente em vários jornais de grande circulação, afirmando que servido re s do Judiciário Federal e do MPU recebem altos salários, "é parte da tentativa de setores conservadores da sociedade de colocar a população contra os trabalhadores". "Destacamos, também, que a média salarial divulgada pelos jornais não é verdadeira, mas baseada no argumento errôneo de que recebemos um salário acima da média das demais categorias", diz a Fenajufe.
OS VALORES CONSTAM NAS TABELAS
Para confirmar isto, a entidade informa que são utilizados os valores que constam das tabelas dos PLs 6.613/09 e 6.697/09. No TCU um auditor federal de controle externo recebe, em início de carreira, R$ 12.665,18 e, em final de carreira, R$ 18.153,53. No caso do Judiciário Federal, com a nova tabela prevista
no PL 6.613, o analista judiciário terá em início de carreira um salário de R$ 10.282,05 e no final receberá R$ 16.324,05. Ou seja, mesmo com a revisão salarial, ainda assim teremos após 15 anos um vencimento abaixo do inicial dos colegas do TCU. Essas diferenças têm aumentado um problema bastante comum no Judiciário Federal e no MPU, que é a alta rotatividade nos órgãos. Atualmente, é grande o número de colegas que tomam posse e pouco tempo depois assumem um cargo em outra carreira que ofereça uma remuneração maior que a nossa.