Jornal de Brasília - 19/03/2010
Professores, estudantes e servidores da Universidade de Brasília (UnB) hoje (19) protestaram em frente ao Ministério do Planejamento. Eles reivindicam o pagamento integral da Unidade de Referência de Preços (URP), que representa mais de um quarto dos salários dos professores e servidores da UnB (26,05%).
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Cosmo Balbino, a greve será mantida até que a situação em relação à URP seja resolvida e que o benefício seja pago a todos os docentes e servidores da instituição. “Mesmo com a decisão judicial a nosso favor nos sentimos inseguros, porque a qualquer hora podemos perder parte do nosso salário”, disse.
Apesar do tom de insatisfação, a manifestação foi pacífica e não houve enfrentamento com a polícia, que apenas observava a distância. Em um carro de som, líderes sindicais e estudantis e políticos fizeram discursos.
Os manifestantes seguravam bandeiras, faixas e balões e gritavam palavras de ordem. Os estudantes, que estão sem aula desde o dia 9 de março, confeccionaram bonecos gigantes como forma de protesto e apoio a greve.
“Estamos totalmente de acordo com a atitude dos professores, não valorizam a educação e o corte no salário é só uma amostra disso”, disse o estudante de química da UnB, George Rabel, ao avaliar que faltam políticas públicas para a educação no país.
O professor Newton Gomes, do Departamento de Serviço Social, disse que o governo não valoriza a educação. “Isso é uma política de governo, não é do ministro [do Planejamento, Paulo Bernardo] isoladamente, é uma humilhação para os professores e não amplia nem melhora a qualidade da educação pública, pelo contrário.”
Está prevista a realização de uma assembleia geral na próxima terça-feira (23) para discutir os rumos da mobilização.
O Ministério do Planejamento, em ofício encaminhado ontem (18) à Secretaria de Recursos Humanos da universidade, recomendou que seja feito o pagamento, conforme já havia determinado a Justiça Federal. O ministério foi procurado hoje, mas não se pronunciou sobre o assunto.
Fonte: Agência Brasil