Vera Batista
Correio Braziliense
- 23/06/2013
Governo não consegue mais conter reivindicações
O esforço do governo em reduzir os gastos com pessoal corre
o risco de ir por água abaixo, apesar da aparente vitória da equipe da
presidente Dilma Rousseff, no ano passado, quando impôs o aumento de 15,8%, em
três parcelas, inclusive para aqueles a quem apelidou de “sangues-azuis”. À
época, estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostravam que
várias categorias pediam reposições salariais exorbitantes, de até 151%.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, chegou a
revelar que, se atendesse a todas as demandas, o rombo no orçamento da União
superaria R$ 92,2 bilhões. Os servidores de elite não engoliram o acréscimo
abaixo da inflação oficial — 5,84%, em 2012, e cerca de 6%, em 2013 — e
encontraram uma forma de driblar o Executivo e auferir aumentos que podem
chegar a 43,53%, para mais de 73,9 mil pessoas, com impacto financeiro acima de
R$ 626 milhões.
A estratégia articulada com o Legislativo é a apresentação
de propostas de emendas à Constituição (PECs). Se apenas duas delas forem
aprovadas — as PECs 147/2012 e 443/2009 —, os salários de fim de carreira de
auditores fiscais, analistas tributários, advogados e procuradores, entre outros,
subiriam 43,53% até 2015.
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