Blog do Servidor Público Federal - 13/07/2011
Universidade está entre as 21 federais que votaram por manter a paralisação que já dura um mês
Gritos e discursos inflamados definiram os rumos da greve nesta manhã. Até a votação, servidores foram veementes ao defender suas opiniões. Alguns, querendo acabar com a greve, pediam “racionalidade” ; outros, “união”, chamando o governo para a briga. A divisão ficou clara: 60% decidiram a favor da continuidade do movimento na UnB. Na assembleia do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), estavam presentes aproximadamente 250 funcionários.
A decisão contraria a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), que recomendou a suspensão da greve a partir do dia 14 de julho. Mas a UnB não ficou sozinha. Das 40 universidades federais, 21 votaram para manter a paralisação e 18 para encerrar a greve. Uma (Universidade do Ceará) não se manifestou até agora.
Com isso, o movimento se mantém, até nova deliberação dos grevistas. Eurides Pessoa, do Sintfub, explica que os comandos locais não podem contrariar a decisão da maioria dos sindicatos e por isso todas as universidades, mesmo às contrárias, permanecem em greve. “Nunca a Fasubra sai de uma greve se a base não decidir”, diz Rolando Malvásio, um dos coordenadores gerais. Durante esta semana, haverá reuniões para discutir os rumos do movimento, mas ainda não se sabe quando será a próxima assembleia.
No dia 5 de julho, a Fasubra recebeu documento mostrando que o governo está aberto a negociações. Ele é assinado pelos secretários Luiz Cláudio Costa, de Ensino Superior, do MEC, e Duvanier Paiva, de Recursos Humanos, do Planejamento. A condição para a retomada da negociação é que os trabalhadores voltem ao trabalho. Na reunião entre governo e grevistas de outros sindicatos nacionais, que também ameaçaram parar, as demandas da Fasubra não foram incluídas.
De manhã, servidores defenderam que a luta por melhores salários deve ir até as últimas conseqüências e pediram força ao movimento grevista. Eles apontaram que o documento encaminhado pelo governo é só “mais um papel” e não apresenta propostas concretas. “Este governo não se preocupa com a educação”, disse um dos coordenadores do Sintfub, Mauro Mendes.
A outra possibilidade apresentada ao movimento era suspender a greve e sentar à mesa com o governo. A partir disso, se as negociações não vingassem até a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, em agosto de 2011, eles parariam de novo. O servidor Marco Lopes lamentou a decisão da assembleia. “O governo apresentou uma proposta de R$ 19 bilhões para várias categorias e não estamos dentro desse bolo”, disse. Ele acredita que esse era o momento de ser realista e embarcar na proposta apresentada. “Manter a greve foi um erro de estratégia”, considerou.
A paralisação completou um mês. Nesse período, o Restaurante (RU), a Biblioteca Central (BCE) e o almoxarifado permanecem fechados. Serviços essenciais, como os atendimentos no Hospital Universitário (HUB), foram mantidos. As reivindicações dos trabalhadores são: aumento do piso salarial dos servidores das universidades para três salários mínimos, mudanças nos incentivos de qualificação relacionados a cursos de aprimoramento e abertura imediata de concursos para substituição de mão de obra terceirizada e precarizada na área administrativa e nos hospitais universitários.
Fonte: UnB Agência