Condsef - 13/07/2011
Em meio a processos de negociação lentos que ainda não trouxeram resultados práticos, servidores da base da Condsef aumentam seu grau de insatisfação com a política adotada pelo governo Dilma quando o assunto são trabalhadores e serviços públicos. Assumindo uma postura privatista e implantando uma agenda para o setor semelhante ao do partido que derrotou nas urnas, o governo Dilma tem decepcionado. Enquanto retira do orçamento da União mais de R$ 50 bilhões essenciais para investir em melhorias no setor público, o governo tem concedido privilégios a banqueiros, grandes empresários e beneficiando o agronegócio. Decisões que subvertem a lógica de acabar com a miséria e melhorar saúde e educação, pilares da campanha que elegeu Dilma. As vésperas de mais uma reunião no Ministério do Planejamento, a Condsef espera que finalmente o governo apresente o que de concreto tem a oferecer aos trabalhadores públicos.
Os que apostaram na consolidação de uma política para fortalecer o Estado até agora estão esperando as ações práticas necessárias para se alcançar este objetivo. Indícios para duvidar de uma política mais preocupada com o Estado e menos interessada em atender os já privilegiados são muitos. A própria convocação do empresário Jorge Gerdau como conselheiro do governo Dilma mostra, para a Condsef, a vocação deste governo para escolher o caminho da privatização como solução para os problemas do Estado.
Até quando faltará vontade política? – Dessa forma, o governo está sinalizando que prefere transferir para a população o ônus de pagar por serviços que o Estado teria a obrigação de fornecer. O caminho mais fácil não interessa a sociedade que paga a maior taxa de impostos do mundo. Recordes freqüentes na arrecadação estão aí pra provar que o problema do setor público não está na falta de dinheiro, mas sim na falta de vontade política em resolver questões graves de distorções salariais e condições de trabalho que prejudicam ao longo dos anos os serviços prestados à sociedade.
Até agora Dilma tem mostrado que saúde, educação, e demais setores responsáveis diretos pelo atendimento à população não estão entre as prioridades do governo. A Condsef e os mais de 800 mil trabalhadores do Executivo Federal que a entidade representa esperam que nesta sexta o quadro seja diferente. A expectativa é de que, finalmente, o Planejamento mostre à população que ainda pode ter a esperança de contar com serviços de qualidade para os quais ela já paga caro faz tempo.