Valor Econômico - 04/06/2012
A greve de professores das instituições federais de ensino
tecnológico e superior, iniciada há quase três semanas, atinge 46 universidades
federais e mais dois institutos de ensino tecnológico, segundo levantamento do
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
A principal reivindicação dos docentes é a revisão do plano
de carreiras. O sindicato defende que o atual modelo não permite uma evolução
satisfatória do professor ao longo da profissão.
No ano passado, o governo fechou um acordo com a categoria.
Ele previa a revisão do plano de carreiras para 2013, além de um aumento de 4%,
a partir de março, e a incorporação de gratificações. Os dois últimos pontos já
foram concedidos, mas o novo plano continua pendente.
Na última semana, o comando de greve tinha uma reunião de
negociação marcada no Ministério do Planejamento, mas o encontro foi adiado
pelo governo. O sindicato diz que não recebeu nenhuma justificativa para o
cancelamento da reunião. O ministério informou, por meio da assessoria de
imprensa, que o encontro foi apenas adiado por razões de "agenda" e
será remarcado.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, fez um apelo
para que os professores retomem suas atividades e justificou o atraso nas
negociações por causa da morte, em janeiro, do secretário-executivo do
Ministério do Planejamento, Duvanier Costa, que era responsável pela negociação
salarial de todo o serviço público federal. No dia 23, Mercadante criticou a
greve. Segundo ele, não há "nenhuma razão" para a paralisação devido
ao prazo que ainda existe para se chegar a um acordo.