Nivaldo Souza
iG -
14/08/2012
Planalto irá ceder aumento para servidores com menor
salário, mas descarta repasse linear para as 30 categorias paralisadas
Brasília - O governo
já fez as contas de quanto precisaria desembolsar para reajustar os salários
dos servidroes federais em greve. Seriam necessários R$ 60 bilhões apenas aos
trabalhadores ligados ao Poder Executivo.
Apesar de ter feito as contas, o Planalto descarta reajustar
linearmente todos os salários. Por ordem da presidenta Dilma Rousseff, o
Ministério do Planejamento deverá atender os servidores com salários menores.
Os R$ 60 bilhões ainda não estão decididos pelo Planalto,
que deverá cortar caminho abrindo as discussões para negociar novos planos de
carreira. A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef)
calcula em 60 o número de tabelas com faixas salariais diferenciadas.
A confederação negocia nesta terça-feira (14) um
remodelamento das carreiras para equiparar todas as categorias do serviço
público federal a cinco cargos que entraram em um nicho diferenciado dentro do
serviço público. Essas carreiras - economia, engenharia, arquitetura,
estatística e biologia - estão em um patamar mais elevado no serviço público
por conta da Lei 12.277/2002, de 2003, que as considera mais estratégicas.
Até 2002, essas carreiras tinham salário inicial de R$
1.183,00. Hoje, é de R$ 5.460,00 - reajuste de 361,5% (em relação à inflação o
aumento real foi de 163,3%). Para servidores em final de carreira, o salário de
R$ 1.959,00 saltou para R$ 10.209,00 - aumento de 421% (197,2% de reajuste
real).
A média de salário do servidor público do Executivo é R$ 4
mil. Há 80 mil servidores com nível superior. Apenas 6.158 - dos 582 mil
servidores do Executivo - recebem salário diferenciado (1.860 na ativa e 4.298
aposentados).