Vera Batista
Correio Braziliense
- 27/07/2013
Os servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura dos
Transportes (DNIT) decidiram, ontem, manter a greve por tempo indeterminado,
mesmo depois de a Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor)
ter argumentado que deixou de receber o equivalente a R$ 1 bilhão desde o
início da paralisação, em 25 de julho. Em resposta, os trabalhadores lembraram
que, antes de cruzarem os braços, avisaram sobre o possível impacto nas obras
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sobretudo em rodovias federais,
mas que o governo, segundo eles, preferiu manter o impasse.
Josemilton Costa, secretário- geral da Confederação Nacional
do Servidores (Condsef), contou que até o ministro dos Transportes, César
Augusto Borges, se comprometeu a conversar com a ministra do Planejamento,
Miriam Belchior, sobre um novo acordo para a categoria, que está sem aumento
desde 2008. “Ela insiste no reajuste de 15,8%, parcelado em duas vezes (2014 e
2015)”, disse Costa.
Dados da Aneor, com base nas informações de suas associadas,
apontam que o quadro é crítico e vem se agravando pela falta de pagamento para
manter os canteiros de obra funcionando. As empresas têm dificuldade de honrar
os compromissos com salários e encargos. Por outro lado, os trabalhadores
contam que o Ministério do Planejamento e a direção do Dnit, em vez de
negociarem, ameaçam cortar o ponto, embora a categoria esteja cumprindo as
determinações jurídicas e o movimento não tenha sido considerado ilegal pela
Justiça.
“Em repúdio às
tentativas do governo de enfraquecer a greve, os servidores estão dispostos a
entregar cargos comissionados caso processos de assédios, perseguição e
exoneração continuem ocorrendo”, assinalou Costa. Atendendo determinação
judicial, a categoria segue mantendo a execução de 50% dos serviços essenciais.
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