sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Dnit ainda sem acordo


Vera Batista
Correio Braziliense      -      02/08/2013




Servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em greve desde 25 de junho, apresentaram, ontem, aos ministérios dos Transportes, Planejamento e Casa Civil, nova proposta de reajuste salarial para 2014 e 2015, com a reestruturação das carreiras e isonomia com a remuneração dos profissionais das agências reguladoras. Se aprovada, os ganhos iniciais dos analistas de infraestrutura (vencimento básico e gratificação), de nível superior, passam de R$ 8,8 mil para R$ 11,8 mil, em 2014, e R$ 13,2 mil, em 2015. Funcionários de nível intermediário, vão de R$ 2,7 mil, para R$ 5,8 mil e R$ 6,4 mil, nos dois anos. E os de nível auxiliar, de R$ 2 mil para R$ 3,8 mil e R$ 4,5 mil. Os cálculos foram solicitados pelo ministro dos Transportes, César Borges, com a promessa de interceder junto ao governo.

Mas a esperança de avanços ficou comprometida, segundo o comando nacional de greve, com a intenção do Dnit de banir a figura do fiscal das obras públicas mantendo apenas as empresas supervisoras. “Fazer uma empresa privada fiscalizar outra é um risco imenso. Os resultados podem ser sobrepreço, queda na qualidade e desvio de recursos públicos”, explica Sandro Incerti, do comando de greve. A direção do Dnit apresenta outra versão. Segundo Tarcísio Freitas, diretor executivo do Dnit, se trata apenas de uma inovação metodológica, já testada antes da greve, e que agiliza os processos de pagamentos.

De acordo com Freitas, os fiscais costumam ir três vezes por semana às obras, e sempre confiaram nas empresas supervisoras, porque elas têm responsabilidade técnica. “No momento os servidores reclamam porque não interessa a eles a fluidez dos pagamentos”, disse.

Eletricitários

Os eletricitários, que haviam regressado ao trabalho após 21 dias de greve, deverão cruzar os braços novamente. Ontem, na reunião de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), não houve acordo com o sistema Eletrobras, que ofereceu aumento de 6,49% (reposição da inflação), mais ganho real de 2,5%, sendo 0,5 ponto retroativo a maio de 2013, 1 ponto, em janeiro de 2014, e 1 ponto, em janeiro de 2015. A proposta dos trabalhadores iniciava com 1 ponto percentual em maio deste ano. A intenção da estatal com a contraproposta, segundo os servidores, vai prejudicar o pessoal do Plano de Demissão Voluntária, que será dispensado até dezembro e ganharia apenas 0,5%.

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