BSPF - 21/08/2013
São Paulo – Os agentes, escrivães e papiloscopistas da
Polícia Federal prometem parar por tempo indeterminado no final do mês, caso o
governo não atenda às suas reivindicações ou pelo menos faça uma proposta
razoável até o dia 26 de agosto, prazo final para negociações entre as duas
partes. A decisão será tomada em uma assembleia no dia 27.
Na manhã de hoje (20), os policiais federais fizeram um
protesto na capital paulista para reivindicar melhores condições de trabalho.
Eles saíram em passeata nas imediações da Superintendência da Polícia Federal
em São Paulo, no bairro da Lapa, zona oeste da cidade.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais
Federais de São Paulo (Sindpolf), Alexandre Santana Sali, a categoria
reivindica a reestruturação da carreira e das suas atribuições, combate ao
assédio moral e às perseguições, o fim do sucateamento da Polícia Federal e a
reformulação do sistema de investigação, entre outros temas.
Além das faixas, os policiais carregaram um grande elefante
branco com a palavra inquérito escrita para simbolizar o descontentamento dos
policiais com o sistema investigatório atual. “A investigação hoje é feita por
meio de inquérito policial, que é burocrático, desnecessário tanto para a fase
judicial quanto para a instrução criminal do Ministério Público, que é o titular
da ação. O crime acontece, o delegado instaura o inquérito e a investigação é
feita sem contato no campo ou no momento do crime”.
De acordo com o sindicalista, muitas vezes, por falta de
integração, o inquérito é devolvido pelo Ministério Público para complementação
dos trabalhos policiais. “A investigação fica paralisada, o que gera atraso,
prescrição do crime, perda de provas, e também muitas testemunhas se mudam
durante esse tempo. Uma das soluções que vemos é os policiais de campo
trabalharem diretamente com o Ministério Público, tendo 90 dias para concluir a
investigação”.
Sali falou ainda que funcionários contrários a atos abusivos
da administração são perseguidos e ameaçados de relotação. Ele destacou ainda
que, constantemente, há cortes no orçamento, comprometendo a estrutura e o
aparelhamento da instituição, além de os policiais serem de nível superior, mas
terem atribuições funcionais de nível médio.
A manifestação não alterou os serviços de atendimento ao
público na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. O ato foi pacífico
e durou pouco mais de uma hora, terminando com um ato na Ponte do Piqueri,
próximo à sede, onde uma faixa foi fixada.