Agência Brasil
- 16/09/2013
Brasília - Os fiscais federais agropecuários, que estão em
operação-padrão há um mês, reuniram-se hoje (16), pela primeira vez, com o
ministro da Agricultura, Antônio Andrade. O encontro, que ocorreu durante a
tarde, foi fechado. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
divulgou nota a respeito no início da noite.Os servidores são contra as
nomeações que consideram políticas para o ministério. Pedem, ainda, recursos para suas atividades diárias e a
contratação de mais fiscais, além dos 172 previstos para ingressar por concurso
público este ano.
O Ministério da Agricultura manifestou-se sobre as
reivindicações da categoria dizendo que "durante o encontro, o sindicato
[dos fiscais agropecuários] entregou ao ministro [Antônio Andrade] documentos
com exigências feitas em períodos anteriores à sua gestão". De acordo com o comunicado, a negociação com
a categoria terá continuidade e Andrade está aberto ao diálogo com os fiscais.
O comunicado do Ministério da Agricultura defende a
indicação do advogado Rodrigo Figueiredo para a Secretaria de Defesa
Agropecuária, contestada pelos fiscais pelo fato de ele não ter formação na
área. Segundo a nota, o ministro Antônio Andrade justificou a nomeação com a
necessidade de alguém com perfil de gestão para cuidar do setor.
O ministério não fez referência à nomeação do executivo
Flávio Braile Turquino, que era vinculado à empresa Big Frango, para a direção
do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. A indicação dele
também é contestada pelos fiscais. De acordo com a assessoria de comunicação,
nenhum representante do órgão dará entrevista sobre a reunião desta
segunda-feira.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais
Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Wilson Roberto de Sá, muitas
reivindicações da paralisação atual remetem a acordo fechado após a campanha
salarial de 2012 e que, portanto, teria de ser cumprido. "A pauta [de
reivindicações] foi construída com esforço conjunto e debatida com a alta
direção do ministério no ano passado. Não é porque mudou de gestão que isso
pode ser deixado de lado", disse.
De acordo com Sá, o ministro comprometeu-se a analisar
algumas demandas, como a relativa ao concurso público e à publicação de uma
portaria que faz ajustes no processo seletivo interno para gestores com o
intuito de fortalecer a meritocracia. "O prazo para publicação do edital
[do concurso] vence depois de amanhã, mas, segundo o ministro, vai sair uma portaria prorrogando para poder
haver um edital com mais vagas. Ele também prometeu ir atrás da portaria da
meritocracia, mas o prazo [para publicação] expirou em 16 de agosto", lamentou.
Ainda de acordo com o sindicalista, o ministro disse que sua
assessoria está preparando um documento para ser encaminhado ao Ministério da
Fazenda solicitando o descontingenciamento dos recursos para as atividades
diárias dos fiscais. "O Ministério da Fazenda, junto com o Ministério do
Planejamento, contingencia mesmo. O ministério da área contingenciada é que tem
que pedir e dizer o que é essencial. Imagina a nossa área, se entra alguma
praga ou doença no Brasil", explicou. Segundo os fiscais, faltam verbas
para gastos básicos, como abastecimento de veículos para o trabalho diário.
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