Folha de S. Paulo
- 27/10/2013
Um dos setores da sociedade mais beneficiados na era de
crescimento econômico mais acelerado dos anos Lula, o funcionalismo público
mantém hoje vantagens salariais, mas com progressos mais modestos ou perdas de
rendimento.
A pesquisa de emprego feita pelo IBGE nas seis maiores
regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador,
Recife e Porto Alegre) mostra que, depois de uma escalada de ganhos entre 2002
e 2010, os salários no serviço público ainda crescem, mas em ritmo inferior ao
da renda mais baixa do trabalho no setor privado.
Trata-se de uma consequência da estagnação da economia a
partir do início do mandato da presidente Dilma Rousseff. Com o consumo e o
investimento andando a passos mais lentos no país, perdeu fôlego também a
arrecadação de impostos e a capacidade de conceder reajustes salariais aos
servidores.
Os dados do IBGE contemplam empregados em todas as esferas
de governo, mas é no Executivo federal, cujas informações sobre o quadro de
pessoal são mais completas e detalhadas, que estão os melhores exemplos do
impacto da freada econômica sobre a progressão dos salários.
Carreiras de elite, caso de delegados, auditores-fiscais,
procuradores e diplomatas, que tiveram aumentos de até 69% em seu poder de compra
durante os dois mandatos de Lula, receberam reajustes abaixo da inflação no
governo Dilma.
Carreira de nível superior mais numerosa, os professores
universitários mantiveram ganhos reais de salários, embora estejam longe dos
mais de R$ 20 mil mensais pagos na elite do funcionalismo...