Agência Brasil - 29/04/2014
Os servidores federais de saúde do Rio de Janeiro retomaram
hoje (29) a greve iniciada em fevereiro e encerrada em março, após as
negociações com o governo não avançarem. A paralisação foi marcada por um
protesto em frente ao Hospital Federal dos Servidores do Estado, na zona
portuária da capital fluminense, seguindo para a sede do Núcleo Estadual do
Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e
Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), além de se
mostrar inflexível, o Ministério da Saúde cortou o ponto dos profissionais que
participaram da última paralisação. A diretora do sindicato, Cristiane Gerardo,
explicou que a greve só foi encerrada porque o governo se comprometeu a
incorporar adendos ao termo do acordo estabelecido.
“O governo não teve nenhum tipo de sensibilidade, não
incorporou nenhum adendo e não resta nenhuma outra alternativa se não
retomarmos a greve por tempo indeterminado. Quando suspendemos a greve,
tínhamos a expectativa de que o governo tivesse sensibilidade e negociasse com
o servidor. O que encontramos foi um governo ditatorial que não respeita nossos
direitos. Querem transformar a saúde em uma grande mercadoria, colocando à
venda”, disse.
O sindicato ainda não levantou o percentual de adesão. A
categoria volta a reivindicar melhores condições de atendimento e de trabalho,
além da manutenção da jornada de 30 horas semanais e da incorporação da tabela
salarial do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “É fundamental
salientar que somos completamente contra esse processo de privatização da saúde
federal. O governo quer fugir das regras, das medidas protetivas aos recursos
públicos, e acabar com concurso público, já que o servidor também tem o papel
de fiscalizar os recursos públicos dentro do seu local de trabalho”, informou
Cristiane Gerardo.
Ontem (28), os servidores do Instituto Nacional do Câncer
(Inca) também retomaram a greve pleiteando a redução da jornada de trabalho de
40 para 30 horas semanais, além da não privatização do órgão. Segundo
representantes do núcleo sindical do Inca, trabalhadores de vários setores já
estão com as atividades paralisadas mas também não há estimativa do número de
adesão.
O Inca informou que todo o serviço prestado pela instituição
continua funcionando normalmente. O órgão explicou ontem, em nota, que todos os
procedimentos oferecidos aos pacientes, desde cirurgias até atendimentos
ambulatoriais, estão mantidos.
Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde
informou que não há greve deflagrada nos seis hospitais federais do Rio de
Janeiro. Procedimentos como atendimentos ambulatoriais, emergenciais e
cirurgias não foram afetados.