Correio Braziliense
- 05/05/2015
Exigência provoca falta de mesas e cadeiras, além de
dificuldades para estacionar. Casa ainda não regulamentou uso do aparelho
Servidores da Câmara dos Deputados enfrentaram problemas no
primeiro dia de funcionamento do sistema de ponto da Casa. A partir de agora,
os servidores efetivos terão de registrar, por meio do ponto biométrico, oito
horas diárias de serviço, com uma pausa para o almoço. O novo sistema resultou
em uma cena atípica, com corredores cheios já na segunda-feira. A mudança
também provocou dificuldades na hora de estacionar os carros e até falta de
mesas e cadeiras em alguns setores. Servidores também reclamaram da ausência de
clareza na nova regra, já que a Mesa Diretora ainda não publicou o ato que
regulamentará a novidade. Segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o documento deve ser aprovado nesta quarta.
“O que acontece é que as pessoas geralmente faziam escala.
Quem chegava mais cedo, saía mais cedo. Com todo mundo chegando ao mesmo tempo,
faltou computadores e mesas em algumas salas”, contou um servidor, sob condição
de anonimato. O mesmo funcionário também disse que houve dificuldades nos
estacionamentos e com os restaurantes da Casa, considerados insuficientes. A
regra não se aplica aos servidores comissionados, que são nomeados pelos
parlamentares.
Entre os efetivos, era visível o clima de descontentamento
ao longo do dia de ontem. Um deles, no corredor das comissões, chegou a
apelidar o presidente da Câmara de Eduardo “Mussolini” Cunha, numa alusão ao
ditador italiano de mesmo nome (1880-1945). “Você não sabe como o pessoal tá
gostando”, ironizou o servidor. “Aumentou a qualidade de vida, a produtividade
dos servidores…”, disse, em tom irônico. “O clima é de horror. Estamos à mercê
de Eduardo ‘Mussolini’ Cunha”, reclamou.