Agência Brasil
- 24/08/2015
Em greve desde o dia 28 de maio, professores e trabalhadores
técnico-administrativos de instituições federais de ensino superior aguardam resposta
do governo sobre as reivindicações aprensentadas, mas, segundo os sindicatos da
categoria, o movimento grevista continua, mesmo com a decisão dos professores
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de encerrar a greve na
instituição.
A paralisação completará três meses nesta semana.
"Estamos em um momento importante de definições", diz o presidente do
Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN),
Paulo Rizzo. Segundo balanço da
entidade, a greve atinge 37 universidades federais e 3 institutos
federais. Rizzo diz que a UFRJ foi a
primeira a decidir pelo fim da greve e que isso tem impacto, dado o tamanho da
instituição. Mesmo assim, o presidente acredita que a greve será mantida.
Os trabalhadores pedem melhores condições de trabalho e são
contra os cortes orçamentários feitos em educação. No total, o
contingenciamento feito pelo governo federal chega a aproximadamente R$ 10,6
bilhões no setor. Pedem também a reestruturação da carreira e a valorização de
ativos e aposentados.
"Podemos até discutir uma flexibilização da nossa
proposta, mas se é uma negociação, demanda que o governo responda a nossa
pauta", diz o coordenador-geral da Federação de Sindicatos de
Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior
Públicas do Brasil (Fasubra), Rogério Marzola.
"Têm sido recorrentes os cortes de energia elétrica. As
instituições não estão conseguindo sequer bancar as contas mais básicas",
diz. Os técnicos estão parados, segundo a Fasubra, em 62 instituições.
O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação
Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) aderiu à greve há 43 dias. A
entidade representa tanto os professores quanto os trabalhadores técnico
administrativos dos institutos federais. Segundo o sindicato, a paralisação
atinge 240 escolas em 25 estados.
"O plano de expansão do governo está parado e a
precarização está avançando. Os institutos, assim como as universidades estão
fazendo sorteio de que conta vão pagar no fim do mês", diz o coordenador
geral do Sinasefe, Carlos Magno.
Os trabalhadores negociam benefícios e a questão salarial
com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, junto dos demais
servidores do Executivo. As reuniões ocorrem desde março. No final de junho, o
governo apresentou uma proposta de reajuste aquém da demandada pelos
servidores, que foi rejeitada por unamidade. Sobre a previsão de apresentação
de uma nova proposta, a pasta diz que ainda não há definição sobre o assunto.
As entidades também se reúnem com o Ministério da Educação
(MEC). Em nota divulgada na última sexta-feira (21), o MEC diz que o esforço do
governo federal tem sido "incansável para garantir o diálogo contínuo e a
solução para a greve". Diz ainda que a greve dos servidores federais
preocupa muito, principalmente por conta dos alunos que estão sem aulas.
"O MEC e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão têm trabalhado
em conjunto para reestabelecer a atividade acadêmica", diz a nota.