UOL - 16/09/2015
Os funcionários públicos anunciaram nesta quarta-feira (16)
uma paralisação para a próxima quarta para protestar contra as medidas de
austeridade propostas pelo governo para reequilibrar a economia do país.
A Condsef (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público
Federal) e outras 20 entidades sindicais concordaram em declarar o próximo dia
23 de setembro como "Dia Nacional de Luta".
De acordo com o secretário-geral da Condsef, Sergio Ronaldo,
a paralisação, de caráter nacional e que terá um ato central em Brasília,
servirá para expressar a "rejeição total" dos funcionários públicos
federais contra o pacote de ajuste fiscal lançado pelo governo.
Esta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou
novas medidas de corte restritivo, depois de a agência de classificação de
risco Standard and Poor's rebaixar a nota de crédito do país aos chamados
"bônus lixo".
Entre as propostas do Executivo estão: o adiamento do
reajuste salarial para funcionários públicos, previsto inicialmente para
janeiro; a suspensão dos concursos e aumento dos impostos.
"É um pacote maligno. O governo nos negou o que tinha
combinado", afirmou Ronaldo à Agência Efe.
Segundo cálculos da Condsef, que representa 80% dos
funcionários vinculados ao governo federal, 100 mil dos 850 mil funcionários
públicos do Estado estão atualmente em greve.
Hoje os funcionários dos Correios anunciaram uma paralisação
indefinida em cinco dos 27 Estados brasileiros, entre eles Rio de Janeiro e São
Paulo, para reivindicar melhores condições de salários e a contratação de novos
funcionários.
As reivindicações são semelhantes às realizadas por
professores das Universidades Federais, algumas em greve há três meses.
O pacote de ajuste fiscal, com o qual o governo pretende
reverter o déficit equivalente a 0,5% do PIB, previsto no orçamento para 2016
apresentado ao Congresso, também contou com a rejeição dos empresários
brasileiros, da oposição e de alguns setores do PT.
Apesar das críticas, o governo sustenta que estas
iniciativas aplainarão o caminho para a economia voltar a crescer, o que, de
acordo com projeções do setor privado este ano, deverá perder 2,55%, uma
tendência que se manterá em 2016, quando é esperada uma contração de 0,6%.