Correio Braziliense
- 02/09/2016
Ministério do Planejamento garante a contratação de 13.324
servidores, no ano que vem, para os Três Poderes. Haverá oportunidades também
nas carreiras militares, no Ministério Público Federal e no Conselho Nacional
do órgão
Se o seu sonho é ocupar um cargo público, fique ligado. O
governo federal abrirá concurso para preencher 13.324 vagas em 2017, segundo o
Ministério do Planejamento. Os professores recomendam estudar e se planejar
desde já para as provas que estão por vir. Do total de postos, 239 serão para o
Poder Legislativo, 1.554 para o Poder Judiciário, 252 para o Ministério Público
Federal e o Conselho Nacional do órgão, 44 para a Defensoria Pública da União e
4.963 para o Poder Executivo, 5.198 para militares, entre outros (veja quadro).
O governo federal prevê um gasto anual de mais de R$ 1,2 bilhão a partir de
2018. No ano que vem serão R$ 865,1 milhões.
Para o professor de direito constitucional e administrativo
do IMP Concursos, Ivan Lucas, o funcionamento da máquina depende da reposição
de pessoas e por esse motivo o governo previu esses certames. "Há uma
necessidade de manutenção. Os cargos que ficam vagos por questões de
aposentadoria, falecimento ou outras razões geram grande vacância. É preciso
realizar o mínimo de contratações", explicou.
Ao todo, o Projeto de Lei Orçamentária de 2017 prevê a
criação de 21.255 mil vagas, mas de acordo com o Ministério do Planejamento, só
serão preenchidos 13.324 cargos. Em 2016, o número de nomeações ficou em 10
mil. Cabe a cada órgão cuidar dos próprios concursos com o aproveitamento
gradual desses postos.
Nem todos os aprovados precisam ser nomeados em 2017, devido
à data de validade do concurso público. O certame pode vencimento de dois anos,
por exemplo, o que permite convocar até 2019.
"Isso é um avanço. Estávamos precisando de mais
concursados no setor público", declarou Max Kolbe, advogado e especialista
em concurso público. Na opinião dele, a esfera federal está clamando por mais
servidores concursados, já que há anos o governo federal fechou a torneira de
contratações.
"Nosso setor público está ocupado por vários
comissionados, que são os que devem sair. Se for para enxugar os gastos, é
preciso convocar os aprovados, que estudaram para isso, e retirar os
apadrinhados. Esse é o enxugamento que deve ser feito da máquina pública",
alegou.
Preparação
A notícia de novas oportunidades agradou os concurseiros. Há
dois anos estudando para ocupar um cargo público, a administradora Carla
Detriz, 30 anos, está ansiosa pelos novos certames. Ela já foi aprovada em dois
concursos, mas ficou apenas no cadastro reserva.
O sonho dela é ocupar uma vaga de auditor-fiscal da Receita
Federal. O Planejamento não especificou se haverá nomeações para o cargo em
2017. "O cenário pode ser o pior possível e desanimador, mas eu
continuarei estudando até alcançar meus objetivos. Não me permito outra
opção", destacou Carla.
O diretor pedagógico do Gran Cursos Online, Gabriel
Granjeiro explicou que o primeiro passo é definir a área de interesse e começar
os estudos pelas disciplinas básicas, usando como base as provas aplicadas
anteriormente e incluindo as matérias específicas da carreira escolhida com o
passar do tempo. "A pessoa deve estudar todas as matérias simultaneamente,
intercalando duas ou três no mesmo dia", recomendou. Além disso, o
especialista aconselhou que seja feito um planejamento de estudos, com as
disciplinas e horários.
Oportunidades
Granjeiro aconselha que os interessados devem ter em mente
que a aprovação em um concurso é um projeto a longo prazo, mas destacou que as
provas são garantia constitucional e que muitos órgãos públicos estão em
situações críticas por falta de pessoal. Ele observou que há oportunidades
iminentes e que as vagas vão continuar sendo abertas. "O candidato deve ficar
de olho e continuar estudando para estar competitivo. Não adiantaria ter o
edital, e perder a chance por não estar preparado para a prova",
ressaltou.
"Nestes tempos, o melhor é estar preparado para toda e
qualquer situação, por isso a importância de não vacilar nos estudos",
ressaltou o estudante André Borges, 24. Há três anos ele se dedica ao estudo
para tentar uma oportunidade no serviço público e aguardava a divulgação de
novas seleções. "Estava animado com a ideia do governo liberar o preenchimento
de diversos cargos públicos, ainda mais com a reviravolta política",
opinou.
"Os benefícios são grandes e compensa essa trajetória,
só é necessário ter paciência para se preparar e lembrar que mesmo que o
concurso dos sonhos seja adiado, uma hora acontecerá. Qualquer pessoa que tenha
dedicação e boas técnicas de estudos, consegue ser aprovada", aconselhou
Granjeiro.
Para a estudante Morgana Gomes, 21 anos, que estuda há um
ano para carreiras públicas, a influencia que momento econômico no Brasil
exerce, rompe as barreiras dos concursos e começa a mexer com a vida dos
estudantes. "Neste momento, esperar uma notícia favorável sobre a
liberação de editais, é sonhar demais. Não vou negar que o cenário dos
concursos é um pouco desanimador, mas nada pode ficar contido pra sempre. Por
isso vou continuar me preparando", atestou.
As mais de 13 mil vagas são resultados de pleitos
encaminhados pelos órgãos federais ao Ministério do Planejamento. Os pedidos
são enviados até o dia 31 de maio de cada ano e passam por tramitação interna
no ministério. Quando aprovados, são incluídos na proposta orçamentária no ano
seguinte. Se o pedido não for encaminhado dentro do prazo regimental, a
inclusão do certame será aprovada apenas para o Orçamento seguinte. Depois que
o Planejamento autoriza o concurso, o órgão que solicitou tem até seis meses
para lançar o edital de abertura da seleção.