Agência Câmara Notícias
- 16/11/2016
A reunião da Comissão Especial sobre a Carreira da Receita
Federal (PL 5864/16) foi cancelada há pouco por falta de quórum.
Foi a segunda vez que o debate sobre dez destaques ao texto,
aprovado na quarta-feira (10), foi encerrado sem atingir o quórum mínimo.
Apenas sete deputados marcaram presença, quando o necessário seria, pelo menos,
16 membros para a votação dos destaques, que são modificações ao texto
principal.
Entre os destaques está a restrição aos auditores fiscais a
possibilidade de requisitar força policial e a precedência sobre outras
autoridades administrativas. Pelo texto aprovado, qualquer um dos cargos da
Carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil poderão fazer essa
solicitação. Outro destaque quer retirar o porte de arma de fogo, no exercício
da função, dado aos servidores da Receita.
“Está evidente a falta de quórum. Quero pedir para todos os
setores [de servidores] o envolvimento. A gente tem mais a semana que vem e uma
semana derradeira em novembro”, disse o presidente do colegiado, deputado Júlio
Delgado (PSB-MG). Segundo ele, o texto precisa sair da Câmara até novembro para
ser analisado pelo Senado antes do fim do ano legislativo.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima terça-feira
(22), às 14 horas.
Mudança de integrantes
O presidente da comissão mostrou preocupação com as mudanças
de integrantes na comissão. “Já tivemos alteração de oito nomes. Trabalhem com
os líderes porque essas substituições não são razoáveis. É muita substituição
para uma comissão tão importante como essa”, disse Delgado.
Segundo ele, a mudança se assemelha ao que aconteceu no
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar durante o julgamento da representação
contra o ex-deputado Eduardo Cunha.
Texto-base
O colegiado aprovou na quarta-feira (9), por 16 votos a 13,
o relatório do deputado Wellington Roberto (PR-PB), que mantém os reajustes nos
salários das carreiras da Receita Federal e de auditores fiscais do Trabalho.
O relator voltou atrás e manteve restrita aos auditores
fiscais a autoridade tributária e aduaneira da União. O substitutivo anterior
previa que tanto auditores quanto analistas seriam autoridades tributárias e
aduaneiras. Esse foi o principal ponto de divergência na discussão da
terça-feira (8).
Na prática, a redação aprovada pelo colegiado mantém o
auditor fiscal como autoridade para fiscalização e cobrança de tributos, como
já estabelece a lei que trata da estruturação da carreira dos auditores e
analistas tributários da Receita Federal.
Caso a comissão aprove a proposta, o texto segue direto para
o Senado, a não ser que haja recurso para análise pelo Plenário.