Agência Câmara Notícias
- 07/03/2017
Os representantes dos policiais presentes ao debate sobre a
reforma da previdência defenderam uma aposentadoria especial para a categoria por
uma expectativa de vida inferior ao restante da população.
Segundo dados da União dos Policiais do Brasil (UPB),
anualmente cerca de 500 policiais são mortos todos os anos no Brasil, o que
abaixa para entre 56 e 59 anos a expectativa de vida da categoria.
O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia
Federal (ADPF), Carlos Eduardo Miguel Sobral, frisou que a carreira gera uma
pior qualidade de vida, pela exposição à violência e doenças relacionadas ao
estresse, o que também justifica a aposentadoria precoce. “Sem isso, você
afasta o jovem que quer entrar numa corporação, mas não tem esse incentivo”,
disse.
Para representante da UPB, Luís Antônio Boudens, por
analogia, o policial deveria ter aposentadoria especial da mesma forma que os
militares, porque são as mesmas justificativas. “E também o perito e o
papiloscopista, que são policiais e estão expostos ao mesmo risco; seria como
dizer que o militar da área de infantaria tem aposentadoria especial, cavalaria
tem, mas não a intendência”, disse.
A Comissão Especial sobre a Reforma da Previdência (PEC
287/16) discute hoje as aposentadorias de profissionais envolvidos em
atividades de risco. A reforma proposta acaba com as aposentadorias especiais
para servidores sujeitos à atividade de risco, como os policiais e bombeiros.
Essas categorias hoje têm direito à aposentadoria após 30 anos de contribuição,
para homens, e 25 anos de contribuição, para mulheres, sem idade mínima.